30 de janeiro de 2009

«As minhas rosas vermelhas e amarelas abriram-se completamente. Enquanto eu estava lá no inferno, elas foram florindo lentamente, e muitos dizem-me: "Como é que numa altura destas tu consegues pensar em flores?"»



Etty Hillesum, num campo de concentração.

27 de janeiro de 2009

25 de janeiro de 2009

Aceitar a chaga de solidão que é a nossa condição humana

Ognuno, nel profondo del suo essere, deve imparare ogni giorno ad assumere la propria solitudine.
C'è in effetti nel cuore di ognuno di noi una ferita, la piaga della propria solitudine che si rivela particolarmente nel momento dei fallimenti, ma soprattutto in quello della morte. Non si fa mai questo passo in comunità; lo si fa da soli. E ogni sofferenza, ogni tristezza, ogni forma di depressione è un saggio di questa morte, una manifestazione di questa piaga che è nel profondo del nostro essere, che fa parte della condizione umana. Perché il nostro cuore assetato d'infinito non può mai essere soddisfatto nei limiti che sono sempre segno di morte. È per questo che è costantemente insoddisfatto. Ci sono di tanto in tanto dei tocchi d'infinito nell'arte, la musica, la poesia; ci sono momenti di comunione e di amore, momenti di preghiera e di estasi, ma questi momenti sono sempre di breve durata. Si ricade subito nelle insoddisfazioni causate dai nostri propri limiti e da quelli degli altri.
Solo quando si sia scoperto che il fallimento, le depressioni, i nostri peccati stessi possono divenire offerta, materia di sacrificio e quindi porta verso l'eterno, si ritrova una certa pace. Solo quando si sia accettata la condizione umana con tutti i suoi limiti, le contraddizioni, la ricerca appassionata di felicità, e si sia scoperto che le nozze eterne verranno come un dono dopo la nostra morte, solo allora si ritrova la fiducia. (...)
Se non fuggiamo più da questa solitudine, se accettiamo questa piaga, scopriamo che attraverso questa realtà noi incontriamo Gesú Cristo. Quando smettiamo di fuggire nell'iperattività, nel rumore e nei sogni e ci fermiamo in questa ferita, incontriamo Dio. (...)
Quelli che entrano nel matrimonio credendo che la loro sete di comunione sarà così dissetata e la loro piaga guarita non saranno felici. Nello stesso modo, quelli che entrano in comunità sperando di colmare il loro vuoto, di guarire, saranno delusi. Solo se abbiamo compreso e accettato questa piaga, e se vi abbiamo scoperto la presenza dello Spirito Santo, troveremo il vero senso del matrimonio e il vero senso della comunità. Solo quando resto in piedi con tutte le mie povertà e le mie sofferenze, e cerco più di sostenere gli altri che di ripiegarmi su me stesso, solo allora posso vivere pienamente la vita comunitaria e la vita del matrimonio. Solo quando smetto di credere che gli altri siano per me un rifugio, io divento, nonostante tutte le mie ferite, fonte di conforto e di vita, e scopro la pace.

(da La comunità, Jean Vanier, pp. 225-226)
"Tudo é coincidência ou nada é coincidência. Se eu acreditasse na primeira hipótese, não conseguia viver, mas ainda não estou convencida da última"


(Etty Hillesum, 15 de Junho de 1941)

24 de janeiro de 2009

Chamem-se ingénua... mas isto deu-me esperança

Não se coloca sequer perante nós a questão se o mercado é uma força para o bem ou para o mal. O seu poder de gerar riqueza e de expandir a democracia não tem paralelo, mas esta crise lembrou-nos que sem um olhar vigilante o mercado pode ficar fora de controlo – e que uma nação não pode prosperar quando só favorece os prósperos. O sucesso da nossa economia sempre dependeu não só da dimensão do nosso Produto Interno Bruto, mas do alcance da nossa prosperidade; da nossa capacidade em oferecer oportunidades a todos – não por caridade, mas porque é o caminho mais seguro para o nosso bem comum.

Quanto à nossa defesa comum, rejeitamos como falsa a escolha entre a nossa segurança e os nossos ideais. Os nossos Pais Fundadores, face a perigos que mal conseguimos imaginar, redigiram uma carta para assegurar o estado de direito e os direitos humanos, uma carta que se expandiu com o sangue de gerações. Esses ideais ainda iluminam o mundo, e não vamos abdicar deles por oportunismo.
(…)

Porque nós sabemos que a nossa herança de diversidade é uma força, não uma fraqueza. Nós somos uma nação de cristãos e muçulmanos, judeus e hindus – e não crentes. Somos moldados por todas as línguas e culturas, vindas de todos os cantos desta Terra; (...) à medida que o mundo se torna mais pequeno, a nossa humanidade comum deve revelar-se; e a América deve desempenhar o seu papel em promover uma nova era de paz.
Ao mundo muçulmano, procuramos um novo caminho em frente, baseado no interesse mútuo e no respeito mútuo. Aos líderes por todo o mundo que procuram semear o conflito, ou culpar o Ocidente pelos males da sua sociedade – saibam que o vosso povo vos julgará pelo que construírem, não pelo que destruírem. Aos que se agarram ao poder pela corrupção e engano e silenciamento dos dissidentes, saibam que estão no lado errado da história; mas que nós estenderemos a mão se estiverem dispostos a abrir o vosso punho fechado.
Aos povos das nações mais pobres, prometemos cooperar convosco (...).
E às nações, como a nossa, que gozam de relativa riqueza, dizemos que não podemos mais mostrar indiferença perante o sofrimento fora das nossas fronteiras; nem podemos consumir os recursos do mundo sem prestar atenção aos seus efeitos. Porque o mundo mudou, e devemos mudar com ele.
Barack Obama, 20 Jan '09

22 de janeiro de 2009

2008 em fotos











Cliquem aqui, aqui e aqui para ver antes de esquecer (como sempre).


18 de janeiro de 2009

O mundo é um moinho - Cartola

Não era minha intenção entrar em 2009 com um espírito nostálgico...
Mas esta música do Cartola, que de facto deve ser das mais tristes do mundo, merece mesmo ser partilhada.
E de vez em quando instala-se em mim um medo pegajoso deste refrão e preciso de o exorcizar, tornando-o público.

Ouça-me bem amor
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões a pó.

Preste atenção querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás à beira do abismo
Abismo que cavaste com teus pés