(...)
Todos percebemos que as sucessivas e crescentemente graves crises que nos vêm atingindo têm como denominador comum o dinheiro:
Todos percebemos que as sucessivas e crescentemente graves crises que nos vêm atingindo têm como denominador comum o dinheiro:
(...) Deixámo-nos levar pela sede do dinheiro, mas também pelo imediato, pelo fácil, pelo "não estou para me chatear", gastamos acima das nossas posses, não somos capazes de introduzir hábitos mais moderados e sóbrios. Isso, nem pensar, pois daria de nós uma má imagem e até a sensação de sermos uns pobres pelintras.
E o resultado é que andamos muito mais "stressados", multiplicámos o uso de medicamentos psicotrópicos, procuramos sedativos que nos ajudem a ver cor-de-rosa um mundo que não nos agrada. Perdemos a noção do que é realmente importante na vida.
E o resultado é que andamos muito mais "stressados", multiplicámos o uso de medicamentos psicotrópicos, procuramos sedativos que nos ajudem a ver cor-de-rosa um mundo que não nos agrada. Perdemos a noção do que é realmente importante na vida.
(...) Abandonamos o importante pelo urgente, trocamos o essencial pelo contingente!
Temos sempre tantas coisas "urgentes" que nos impedem de fazer o que é realmente importante.
Encontramos alguém que gostaria que o ouvíssemos um bocadinho (importante), mas já vamos atrasados para uma reunião (urgente). Temos os filhos em casa a precisar de um momento de atenção (importante) mas surgiu um problema no escritório (urgente) e só chegamos noite dentro, cansados e incapazes de um gesto de carinho. Temos amigos a visitar ou a quem telefonar (importante) mas precisamos de acabar um trabalho (urgente) e fica para a próxima. (...)
E assim vamos vivendo uma vida "estúpida" onde não há espaço para o relaxe, o convívio com os amigos, os tempos de silêncio connosco próprios, a contemplação do que é belo, onde só há espaço para as correrias, para as urgências do dia a dia. E mais tarde, quando já não há remédio, descobrimos que realmente levámos uma vida "estúpida". Percebemos tarde demais que com tantas urgências pouco urgentes não saboreámos nem demos a saborear o nosso amor aos filhos.
(...)
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E (quem sabe?) se "ao chegarmos ao céu" S. Pedro, antes de nos deixar entrar, não nos perguntará: "Vens para aqui porque é urgente ou porque é importante?" Talvez a gestão correcta deste binómio urgente-importante nos possa ajudar a encontrar um novo modelo de bem-estar. Sim, porque nós fomos criados para sermos felizes.