30 de abril de 2009

"El sistema" - música e transformação social

Vale MESMO a pena ver este video até ao fim:




E a seguir é comovedor ver este:



29 de abril de 2009



O EntreSerras quer Descobrir a Serra da Arada e da Freita vivendo uma experiência ímpar para desvendar o seu património natural, cultural e gastronómico e partilhar por uns dias as vivências das gentes serranas, o seu labor e as suas alegrias. É um micro-festival participativo de ritmo lento, seguindo o transpirar de uma serra com dezenas de milhões de anos, as rotas dos pastores, o voar das borboletas, o engenho da sobrevivência na serra e a alegria das noites nas aldeias.




De 30 de Abril a 3 de Maio


EntreSerras - MICROFESTIVAL DE VIVÊNCIAS E DIVERSIDADES

Retiro da Fraguinha, Candal, Cabreiros; concelho de São Pedro do Sul

Mais informação e Inscrições (muito muito importante fazer as inscrições!!!):

http://entreserras-microfestival.blogs.sapo.pt/



28 de abril de 2009

Oração

«O que fazes Tu? Por onde andas? O que podes Tu? Onde Te vemos? Quero acreditar que não me deixas, quero acreditar em Ti, quero acreditar que não andas longe nem distraído, que tens um caminho, que acreditas no homem, que acreditas na humanidade.
Será que é só o homem que já não crê? O mundo anda confuso, está cheio, está turvo. Eu não vejo claramente. Será que Tu, ao menos, consegues ver? Mas mesmo sem ver, é possível andar pela superfície das águas revoltas. Basta confiar! Bastar confiar? Mas isso é o mais complicado. Ajuda-me…. Por onde anda minha confiança?
Olho para trás, idealizo o passado. Vejo uma ruína. E o que não ruiu ainda está instável. É um castelo de cartas, uma palhota de madeira, um prédio sobre estacas apodrecidas. Olho à volta: parece-me tão difícil acreditar no ser humano! Temo o pior… Há um misto de desilusão e de zanga, de medo e de ódio, de sede de justiça. E nada posso. Sinto-me de mãos atadas à torreira do sol e á mercê da noite inclemente. E vejo os justos no mesmo deserto, cegados pelo cansaço duradoiro e pela permanência da sequia. E eles não vêem mais nada, senão o seu desejo de encontrar o repouso e o conforto de saber onde estão.
Pai, Tu que nos dás o verdadeiro pão, conduz-nos até ele, para que não tacteemos somente o pó e as pedras do chão. Tu que olhas pelos pássaros e pelas flores, olha por quem já não acredita em nada, pois nada vê senão a sequia e a dor. Tu que enviaste o Teu Filho ao mundo, para nos dar a vida em abundância, faz-nos viver essa Vida e não a morte que vemos em cada curva da noite da alma.
Tu que queres que vamos a Ti para não mais termos fome nem sede, vem para o meio de nós, atribulados, perdidos e confusos, e sê a fonte que nos alimenta. Olha por quem sofre e dá Razão a quem inflige sofrimento. Abre-nos os olhos e faz-nos dar vida ao que somos, para podermos também transmiti-la a quem está connosco. Que não mais se semeie ódio e dor, mas caminho e pontes. Faz-nos construtores da Tua paz e derrama em nós o bálsamo do Teu amor, para que o irradiemos e para que possamos olhar o mundo com uns olhos lavados de contaminações estranhas à Tua vontade.»



Oração de um amigo, escrita hoje e hoje partilhada,
nascida do sofrimento de dias muito complicados.
Partilho-a aqui também, com a devida permissão do autor,
porque acredito que ressoará em muitos dos leitores deste blog.

27 de abril de 2009

Lembro-me sempre

que há cerca de um ano, por volta desta altura,
fomos amigos por uma tarde.

26 de abril de 2009

Não desesperemos em tempos de corrupção

- que os problemas e dramas da nossa sociedade amoral e materialista e etc.... já eram cantados por Gardel em 1935...



(aqui cantado por Julio Sosa - não há o video da versão original de Gardel)


Que el mundo fue y será una porquería, ya lo sé,
en el quinientos seis y en el dos mil también;
que siempre ha habido chorros,
maquiavelos y estafados,
contentos y amargados, valores y dublés.
Pero que el siglo veinte es un despliegue
de maldad insolente ya no hay quien lo niegue,
vivimos revolcados en un merengue
y en el mismo lodo todos manoseados.


Hoy resulta que es lo mismo ser derecho que traidor,
ignorante, sabio, chorro, generoso, estafador.
¡Todo es igual, nada es mejor,
lo mismo un burro que un gran profesor!
No hay aplazados ni escalafón,
los inmorales nos han igualado...
Si uno vive en la impostura
y otro afana en su ambición,
da lo mismo que sea cura,
colchonero, rey de bastos,
caradura o polizón.


¡Qué falta de respeto, qué atropello a la razón!
¡Cualquiera es un señor, cualquiera es un ladrón!
Mezclados con Stavisky van don Bosco y la Mignon,
don Chicho y Napoleón, Carnera y San Martin.
Igual que en la vidriera irrespetuosa
de los cambalaches se ha mezclado la vida,
y herida por un sable sin remache
ves llorar la Biblia contra un calefón.
Siglo veinte, cambalache, problematico y febril,
el que no llora no mama y el que no afana es un gil.


¡Dale no mas, dale que va,
que alla en el horno te vamos a encontrar!
¡No pienses mas, tirate a un lado,
que a nadie importa si naciste honrado!
Si es lo mismo el que labura
noche y dia como un buey
que el que vive de las minas,
el que roba o el que mata
o está fuera de la ley.


(escrito por Enrique Discépolo para Carlos Gardel em 1935)


Nota: há imensas versões desta música, mas aconselho sobretudo as de Gardel, Serrat ou Gilberto Gil!

25 de abril de 2009

Desculpem

mas já há posts a mais sobre o 25 de Abril.

Tentativa de comentário a uma das grandes metáforas do cinema-treta dos anos 80-90: Indiana Jones a atravessar um precipício com um “leap of faith”.





Há uma contradição dramática entre o placebo necessário à vida, e a atitude filosófica.
Ou se ignora o dilema (e é o que fazemos quase todos, cobardemente, ficando do lado de quem ganha em cada ocasião), ou impõe-se uma tomada de posição em que nos temos de afirmar identitariamente como cépticos ou como crentes. E esta é a opção primordial da existência.

It’s the question that drives us, Neo.

Or is it faith?

IMPLICAÇÕES GLOBAIS DE DECISÕES LOCAIS


4 oradores…
4 pontos de vista…
Conferência promovida pela parceria

Fundação Gonçalo da Silveira
Comissão Justiça e Paz da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal
Desafio Miqueias
Rede Fé e Justiça Europa África – Antena Portugal
Na 2ª Edição dos Dias do Desenvolvimento,
no Centro de Congressos de Lisboa e
no dia 29 de Abril de 2009 - Sala 1
das 17h45 - 19h45

Eu (co)mundo
construo em comunidade um ambiente saudável
e coloco:
  • Nas relações humanas, diálogo e proximidade
  • Nas relações entre povos e culturas, a justiça e solidariedade
  • Na relação com a natureza, o cuidado:
    - pela diversidade;
    - pelo equilíbrio ambiental;
    - por um futuro com qualidade.

“Política energética da EU” - Begoña Iñarra, Responsável pelo Secretariado Internacional da Rede Fé e Justiça Europa África, em Bruxelas.

“O uso do solo” . João Duarte, Consultor de Solos e Pedologista.

“Acordos de parceria económica” - João Pedro Martins, Economista e Coordenador Nacional do Desafio Miqueias.

“Empreendedorismo social” - João Meneses, Gestor das ONGs Chapitô e TESE

Venha participar – Entrada livre

24 de abril de 2009

Repito,

encontrar artigos como esteO que nos traz felicidade?»*) ou esteModelos económicos ensinados estão desactualizados»), de uma senhora que cria um portal e uma publicação como esta (Im))pactus, revista especializada em sustentabilidade empresarial)


, num jornal económico que, ao mesmo tempo, diz coisas como esta («Entre as medidas mais adoptadas para enfrentar a crise estão a redução de colaboradores, a alienação de negócios não rentáveis e a deslocalização das operações para sítios onde os custos sejam menores. São algumas das conclusões do estudo Oportunidades na Adversidade»), que tem páginas como esta sob o título "lifestyle", e que em tempos de crise apela ao consumo (como é evidente... para que o carrossel não páre)


, dá-me alento.


* diz ela: «O conceito de crescimento económico
está associado à ideia de que "mais é melhor":
ter dois carros é melhor do que ter um;
ter vários pares de sapatos é melhor do que ter os essenciais;
ter vários telemóveis traz-me mais felicidade do que ter
apenas um tipo de teclado.


Será?»



(Deus a abençoe e lhe dê muitos anos de direito de antena)

23 de abril de 2009

Da Filantropia Caridosa ao Investimento Social Estratégico

Publico aqui um pequeno artigo de Celso Grecco (criador da primeira Bolsa de Valores Sociais do mundo e consultor para o Charity Bank de Inglaterra), publicado no suplemento "Mais Responsável" do jornal económico "low cost" Oje (distribuído gratuitamente - ou quase - nas empresas), suplemento este que foi uma agradável surpresa para mim e que foi também a fonte do meu último post. Este artigo não diz nada que não saibamos já, mas sabe bem ler isto num jornal estritamente económico, e lê-lo na mesma página onde também estava o artigo que falava da denúncia dos fundos de investimento que contribuem para o genocídio no Darfur reportado neste post), ou um outro (que se encontra aqui) que apela à renovação do sector financeiro no sentido da sustentabilidade, afirmando que "o sector financeiro é o responsável pelo retrato actual do planeta ao nível ambiental e social".



Em 2006, Muhammad Yunus, o "banqueiro dos pobres", recebeu o Prémio Nobel da Paz. O criador do microcrédito, um sistema financeiro social inovador, fundador de uma holding social e que hoje congrega uma série de empresas na área das telecom, tecnologia, serviços e alimentação, não recebeu o Prémio Nobel da Economia, como talvez fizesse sentido à primeira vista, mas o Prémio Nobel da Paz.

Este episódio é emblemático por demonstrar que no Bangladesh, uma das regiões mais populosas e miseráveis do mundo, as soluções efectivas para o combate à pobreza não vêm da filantropia nem da caridade. Vêm do conceito de empreendedorismo social, com business plans, metodologias, estudos de mercado e técnicas de marketing - mas com missões exclusivamente sociais. O prémio atribuído a Muhammad Yunus é a demonstração inequívoca de que não será possível haver paz enquanto houver pobreza. (...)

Nas suas palavras, "um empreendedor social não se contenta em dar o peixe, tampouco em ensinar a pescar. Um empreendedor social não sossega enquanto não mudar a lógica da indústria da pesca".
Embora não seja negada à filantropia o seu valor junto à sociedade e às organizações humanitárias que dela dependem, há um consenso de que sozinha, ela nada resolve. [Neste sentido, têm vindo a surgir] uma série de iniciativas apresentaram soluções inovadoras, como a criação de uma Bolsa de Valores Sociais em 2003, ou mesmo a fundação do Charity Bank, primeiro banco sem fins lucrativos na Inglaterra.


ler todo o artigo aqui

22 de abril de 2009

Financiar o genocídio?



Petróleo, assassínio em massa e muito, muito dinheiro. Não é título de filme de terror, mas uma situação em que a realidade é pior que a ficção. Investir em empresas que financiam o genocídio na região do Sudão significa cumplicidade. E é para combater esta realidade que a organização sem fins lucrativos Investors Against Genocide está a multiplicar esforços e, finalmente, a obter alguns resultados.



Ritmos da Terra

Acho que nunca falei aqui do projecto Criar Raízes de S. Pedro do Sul.

O próximo passeio que eles estão a organizar, nas rotas das tradições rurais daquela zona, é um bom pretexto para esta divulgação:



9 de Maio de 2009.


Rota do Pobreiro em Covas do Monte.
Percurso que segue os passos ancestrais da pastorícia comunitária.


Saíremos de manhã cedo com os pobreiros (nome dado aos pastores na aldeia) encosta acima, acompanhando “o gado” rumo ao Caminho do Carreiró. São dois pobreiros, à vez, todos os dias, de diferentes parceiradas que guiam o rebanho (2500 cabras) pela serra. Pelo caminho encontraremos diversos motivos de interesse, com passagem pelo souto dos castanheiros, seguindo sempre de perto o curso do ribeiro, e observaremos as pequenas cascatas e poços. Já no alto, teremos uma panorâmica de Covas do Monte e dos verdejantes campos de cultivo. O almoço/merenda será na serra, com os pastores. Regressaremos no fim de almoço, onde se fará uma visita à aldeia e aos projectos que estão a ser feitos, nomeadamente o espaço internet e a recuperação do lagar comunitário de azeite. O lanche será no restaurante "Os Amigos de Covas do Monte" (antiga escola primária pertença da associação).






Próximas iniciativas:


16 de Maio: Rota da Broa, em Candal.


17 de Maio: Rota das Corredouras no Gamoal (Freg. de Manhouce).


23 de Maio: Rota das Bogas, em Nodar (Freg. de S. Martinho das Moitas)


21 de abril de 2009

“Ambicionas ter gás e queres comprar um telefone, vem connosco visitar a Butano e a Vodafone”

“Queres levantar nota, vai ao Millenium BCP, mete gasosa na Galp e já ninguém te vê”

“Não me esqueço da Mota Engil, SGPS S.A., com este vocabulário ainda vou pó Canadá”

Fiquei sem palavras. Ajuda-me o resumo do Binary Solo, "não sei o que é pior, rappers vendidos ao dinheiro se empresários com tiques de consciência social":

“Toca a estudar com muita motivação / Toca a estudar para termos capacitação / A Epis tá com a população / Vamos ter o 12º ano na mão”.

Artigo aqui sobre esta realidade musical.

20 de abril de 2009




Sim, já tinha pensado que a minha rua é uma metáfora.
Custa imenso a subir mas depois temos a vista.
E a descer todos os santos ajudam.

16 de abril de 2009

Agora é que é



é pá desgraça, é pá desgraça.

E outra ainda

Outra graça

Ter sede, ter sede, simplesmente, e abrir os peitos:
o vazio que a fé nos trouxe, a graça o cumpre e o enche.

São Cipriano



Sim, provavelmente a solução para as neuras (mais ou menos substanciais) tem mesmo de estar a outro nível.

À procura de um bom antídoto para a neura



Este?



Ou algo mais light?



sim, fiquemos no tema.



E até amanhã.

15 de abril de 2009

Azar



Se os problemas e as preocupações da vida fossem levados (e lavados) pela água da chuva que apanhámos nestes dias, o pedacinho de caminho de Santiago que fizémos teria sido bem mais eficaz....

5 de abril de 2009

Trade not Aid

4 de abril de 2009

Às vezes até quero chegar mais rápido aos trinta para parar de viver neste luto prolongado da minha juventude. O que é que devo fazer mais para deixar de me sentir estrangeira nesta fase da vida? A nostalgia dos anos em que havia tantas mais promessas, dos tempos em que a minha felicidade era óbvia e leve.

Estou farta de não assumir o presente, mas não consigo evitar. Talvez com os trinta o chamarem-me "senhora" nos cafés deixe de soar a falso e as recordações parem de me deixar triste, de tão claramente ultrapassadas que serão.

É como se pairasse num tempo que não me serve, que me é estreito, forçado, alheio. E todos os outros parecem viver isto com tamanha naturalidade!.... Talvez já soubessem à partida que a vida nos passaria fina pelos dedos, talvez o soubessem por dentro, mas eu não.



Para a semana vou caminhar rumo a Santiago. E cada passo terá a intenção de um ciclo, para que se assuma num rito de passagem o quão passado é o que passou. Quero que cada jornada de caminho seja o fechar ritual de uma etapa plenamente atravessada.

Deus queira.

3 de abril de 2009

1908

Já cheira a férias!

1 de abril de 2009

"Aulas" sobre a Felicidade

Recentemente convidei uma pessoa invulgar para vir contar da sua invulgaridade aos meus alunos. Tem 33 anos e está reformado.
Foi muito giro (embora os miúdos tenham parecido ficar às vezes tão perplexos quanto emudecidos) e acho que deu resultado. Fê-los pensar sobre a Felicidade e a Coragem de persegui-la com liberdade.
Uma entrevista ao personagem (que faz-nos perceber um bocadinho quem é) encontra-se aqui.
Aquilo que escreveu no seu blog sobre a experiência destas aulas está aqui.