31 de maio de 2008

ABAIXO ASSINADO - pelos povos indígenas da Raposa/Serra do Sol

Como contribuição à luta em defesa dos povos indígenas da Raposa/Serra do Sol (RR), o sociólogo português, prof. BOAVENTURA DE SOUSA SANTOS, formulou o texto de uma importante petição:

Raposa Serra do Sol – Brasil

Demarcação de território Indígena em perigo



Diante da polêmica demarcação do território indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, e sendo premente o julgamento da questão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro, os abaixo-assinados têm a declarar o seguinte

1. A Constituição de 1988 reafirmou o direito originário das terras indígenas, cabendo à União a demarcação de tais territórios. Tal processo não cria nada, antes reconhece e protege, formalmente, a situação de ocupação tradicional do território.

2. As terras indígenas são, por determinação constitucional, inalienáveis e imprescritíveis, e sua propriedade pertencence à União. Não pertencem, portanto, aos índios, que somente têm seu usufruto e posse permanente. (...)

3. Raposa Serra do Sol não é a maior nem a única terra indígena em zona de fronteira. Esta condição tampouco fragiliza a integridade e soberania nacionais, seja porque inexiste, em qualquer lugar do mundo qualquer movimento separatista indígena, seja porque as terras fronteiriças também são bens da União. A demarcação contínua, tal como posta, é, ao contrário do alegado por seus opositores, a salvaguarda da integridade e soberania nacionais, inclusive pelo acesso facilitado de Polícia Federal e Forças Armadas a bens públicos, o que não ocorreria se reconhecidas propriedades privadas no referido território.

4. A área indígena objeto de litígio representa menos de 8% de Roraima e, mesmo somadas todos os demais territórios indígenas, tal condição não inviabiliza o desenvolvimento do Estado, (...). O slogan "terra demais para pouco índio", por outro lado, obscurece a realidade fundiária brasileira, com imensa concentração de terras nas mãos de poucos proprietários. (...)

6. Uma inflexão da jurisprudência do STF em sentido contrário àquela até hoje dominante pode implicar a revisão de todos os demais processos demarcatórios arduamente realizados, o acirramento da discriminação anti-índios e anti-negros e a conflagração de novos conflitos fundiários, gerando maior insegurança a estes grupos subalternos.

ASSINAM ESTE DOCUMENTO:
...................................
O texto integral está aqui.

Para assinar, o link é
http://www.petitiononline.com/tirssjg/petition.html

Pedimos a tod@s que divulguem o máximo possível.

30 de maio de 2008

Elis - Como nossos pais

I hated everyone, but acted generously, and no one found me out


"Durante muitos anos, fui conhecido como monge. Rapei o cabelo, usava vestes e levantava-me muito cedo. Odiava toda a gente, mas agia com generosidade, e ninguém me descobriu.

A minha reputação como mulherengo era uma piada, que me fez rir amargamente através das 10.000 noites que passei na solidão"

29 de maio de 2008

Grave crise alimentar - AGORA

A Pobreza Zero (GCAP Portugal) entregará no dia 3 de Junho na Reunião da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) uma petição aos Líderes do G8, da ONU, da União Europeia e de Portugal para que promovam medidas imediatas para diminuir os impactos da crise alimentar junto dos mais pobres.

Além de sobrecarregar o já reduzido orçamento das classes mais baixas e dos 800 milhões de pessoas que sofrem de fome crónica, esta crise traz a fome a mais 100 milhões de pessoas.
Do Bangladesh ao Haiti, a população mundial está a protestar, literalmente lutando pela sobrevivência. Só na Serra Leoa o preço do arroz duplicou, deixando 90% da população abaixo do limiar de pobreza.

Tanto acções humanitárias, quanto reformas no sistema comercial agrícola são necessárias para minorar os efeitos da crise. Mais do que isso, precisamos de soluções sustentáveis para nós e para as gerações futuras.

Assina agora a petição e não te esqueças de passar esta mensagem para todas as pessoas que conheces, pois todos nós seremos afectados pela crise alimentar.

A petição será entregue na conferência da FAO e em encontros políticos de alto nível que terão lugar até final de Julho de 2008.

Vai ao site http://www.pobrezazero.org/ e participa activamente nas nossas acções!

Tu fazes a diferença!

SOMOS A PRIMEIRA GERAÇÃO QUE PODE ERRADICAR A POBREZA

in english: http://www.whiteband.org/ and www.avaaz.org/en/world_food_crisis

28 de maio de 2008

How the light gets in

Foto: Francisco Carvalho Araújo (veja mais fotos dele aqui)




"Ring the bells that still can ring
Forget your perfect offering
There is a crack, a crack in everything
That's how the light gets in."






L. Cohen

27 de maio de 2008

Sou uma tensão periclitante entre fidelidade e paixão.
Dar e invadir.
Acariciar e possuir.
Nem eu me resisto.

26 de maio de 2008

Etty Hillesum

Judia convertida "sensualmente" ao poder de Deus, morta em Auschwitz. Ler artigo de Bénard da Costa aqui:
Deixo algumas pequenas citações para aguçar o apetite:


«Aprendi hoje algo de essencial. Quando achava bonita uma flor, o que eu mais desejava era apertá-la contra o peito ou comê-la. Era mais difícil com uma bonita paisagem, mas o sentimento era o mesmo. Eu era sensual demais, demasiado "possessiva". Tudo o que me parecia bonito queria-o de forma exageradamente física, queria possuí-lo. Por isso tinha sempre uma dolorosa sensação de desejo que nunca podia ser satisfeita, uma nostálgica aspiração a qualquer coisa que me parecia inacessível, a que eu chamava "instinto criador".
(...) De repente, tudo mudou (...). Verifiquei com alegria que o mundo que Deus criou continua belo (...) Como sempre, esta paisagem silenciosa, tão misteriosa à hora do crepúsculo, deu-me sentimentos tão fortes como dantes, mas vi-a, digamos assim, "objectivamente". Já não a queria "possuir", já não me sentia incitada ao onanismo».


«Devia bastar que houvesse um só homem digno desse nome, para se acreditar na humanidade ( ... ) Mesmo que houvesse um só alemão decente, por causa dele perdias o direito a odiar um povo inteiro ( ... ) O ódio indiferenciado é a pior coisa que existe. É uma doença da alma».


«Não é Deus que nos deve explicações. Nós é que lhas devemos a Ele. Sei o que ainda nos pode esperar (...) Deus não nos deve explicações pelas coisas sem sentido que fazemos. Somos nós quem tem que dar explicações. Já morri mil mortes em mil campos de concentração, sei de tudo, nada novo me pode angustiar. De uma forma ou de outra, sei de tudo. Mas porém acho que esta vida é bela e plena de sentido. A cada instante».


«Ontem à noite, pouco antes de me ir deitar, dei por mim, de repente, ajoelhada na alcatifa, no meio desta grande sala, entre as cadeiras de metal. Assim. Sem mais nem menos. Puxada para o chão por algo mais forte do que eu. Faz tempo, tinha dito de mim para mim: "Vou ver se consigo ajoelhar-me". Tinha ainda muita vergonha desse gesto tão íntimo como os gestos do amor, todos gestos de que ninguém consegue falar. A não ser um poeta (...) A força criadora é, afinal de contas, uma parte de Deus. As pessoas precisam é de ter a coragem de o dizer (...)».

20 de maio de 2008

Proporções




17 de maio de 2008

Hans Rosling: New insights on poverty and life around the world

ABSOLUTAMENTE A NÃO PERDER!

A oportunidade de olhar o mundo com consciência dos problemas mas com a certeza do progresso e de um futuro desenvolvimento para todos. Verdade ou utopia?

http://www.ted.com/index.php/talks/view/id/140

Don Hélder Câmara

Arranca-me, Senhor

dos falsos centros.
Livra-me, sobretudo,
de colocar em mim mesmo
meu próprio centro...

Como não compreender,
uma vez por todas,
que fora de Ti
tudo e todos
somos excêntricos?

16 de maio de 2008

Forma Justa

de Sophia de Mello Breyner


Sei que seria possível construir o mundo justo
As cidades poderiam ser claras e lavadas
Pelo canto dos espaços e das fontes
O céu o mar e a terra estão prontos
A saciar a nossa fome do terrestre
A terra onde estamos - se ninguém atraiçoasse – proporia
Cada dia a cada um a liberdade e o reino
- Na concha na flor no homem e no fruto
Se nada adoecer a própria forma é justa
E no todo se integra como palavra em verso
Sei que seria possível construir a forma justa
De uma cidade humana que fosse
Fiel à perfeição do universo

Por isso recomeço sem cessar a partir da página em branco
E este é meu ofício de poeta para a reconstrução do mundo

Poema de Adélia Prado

Para o Zé

Eu te amo, homem, hoje como
toda vida quis e não sabia,
eu que já amava de extremoso amor
o peixe, a mala velha, o papel de seda e os riscos
de bordado, onde tem
o desenho cômico de um peixe — os
lábios carnudos como os de uma negra.
Divago, quando o que quero é só dizer
te amo. Teço as curvas, as mistas
e as quebradas, industriosa como abelha,
alegrinha como florinha amarela, desejando
as finuras, violoncelo, violino, menestrel
e fazendo o que sei, o ouvido no teu peito
pra escutar o que bate. Eu te amo, homem, amo
o teu coração, o que é, a carne de que é feito,
amo sua matéria, fauna e flora,
seu poder de perecer, as aparas de tuas unhas
perdidas nas casas que habitamos, os fios
de tua barba. Esmero. Pego tua mão, me afasto, viajo
pra ter saudade, me calo, falo em latim pra requintar meu gosto:
“Dize-me, ó amado da minha alma, onde apascentas
o teu gado, onde repousas ao meio-dia, para que eu não
ande vagueando atrás dos rebanhos de teus companheiros”.
Aprendo. Te aprendo, homem. O que a memória ama
fica eterno. Te amo com a memória, imperecível.
Te alinho junto das coisas que falam
uma coisa só: Deus é amor. Você me espicaça como
o desenho do peixe da guarnição de cozinha, você me guarnece,
tira de mim o ar desnudo, me faz bonita
de olhar-me, me dá uma tarefa, me emprega,
me dá um filho, comida, enche minhas mãos.
Eu te amo, homem, exatamente como amo o que
acontece quando escuto oboé. Meu coração vai desdobrando
os panos, se alargando aquecido, dando
a volta ao mundo, estalando os dedos pra pessoa e bicho.
Amo até a barata, quando descubro que assim te amo,
o que não queria dizer amo também, o piolho. Assim,
te amo do modo mais natural, vero-romântico,
homem meu, particular homem universal.
Tudo que não é mulher está em ti, maravilha.
Como grande senhora vou te amar, os alvos linhos,
a luz na cabeceira, o abajur de prata;
como criada ama, vou te amar, o delicioso amor:
com água tépida, toalha seca e sabonete cheiroso,
me abaixo e lavo teus pés, o dorso e a planta deles
eu beijo.

14 de maio de 2008

Ayuda para Myanmar

13 de mayo de 2007

Emergencia !!!

La comida, el agua, la ropa, el refugio y las medicinas son ahora una prioridad. Llegar a aldeas remotas está siendo un gran problema. La población se encuentra acogida en iglesias y monasterios.



Queridos amigos y amigas,

Nos hemos puesto en contacto con los jesuitas presentes en la zona afectada por el ciclón Nargis y nos hacen llegar su petición de ayuda (ver petição abaixo) en estos tristes y terribles momentos que atraviesa Myanmar.

Las tres comunidades de jesuitas presentes en el país están dedicando todos sus esfuerzos a asistir, de la manera más eficaz posible, a los damnificados tanto en Rangoon como en las áreas afectadas del delta. También están coordinándose con la delegación de Cáritas y con las iglesias locales que cuentan con la confianza de la gente. Es una tragedia en la que el papel de las organizaciones locales está siendo esencial dado el régimen político que impera en el país.
En la vecina Tailandia, el Servicio Jesuita a Refugiados está preparando los campos de refugiados para acoger y asistir a las personas que vayan llegando a lugares como Ranong y Mae Sot.


Por favor, no olvidéis que la rehabilitación de Myanmar durará años por lo que debemos ser conscientes de la necesidad de un apoyo continuado en el tiempo para estas poblaciones tal y como ocurrió con el terrible tsunami del 2004.

Recibe un afectuoso saludo,

Agustín Alonso SJ Director de Entreculturas (ONG jesuita espanhola)
P.S. Te agradecemos que des la máxima difusión a esta información.
___________________________________________________
Necesitamos tu ayuda:
Banco Santander 0049 - 0496 - 82 - 2110200781

Site da Entreculturas e Petição para assinar:

13 de maio de 2008

A própria substância da criação

«Ne jamais oublier d'aimer exagérément : c'est la seule bonne mesure.»


«L'amour n'est pas un sentiment. C'est la substance même de la création.»


[ Christiane Singer - Derniers Fragments d’un long voyage ]

O sapo e o escorpião

Acho que hoje me aconteceu isto:


Um escorpião olhava absorto para um rio que precisava urgentemente de atravessar.
Aproxima-se um sapo. O escorpião pede-lhe boleia, docemente, devagar, com humildade.
"Leva-me nas tuas costas, por favor, sapo! Preciso tanto de atravessar o rio...."
O sapo hesita: como é que se pode confiar, alguma vez num escorpião? Tem um ferrão terrível e um veneno mortal!
"Não" - responde - "só se fosse parvo!"
Mas o escorpião explica: "não tenhas medo! Se eu te matar, morro também! Eu preciso de ti e não te farei mal".
O sapo confia. Começam a travessia.
A meio do rio, o escorpião não resiste e pica com violência o dorso do sapo.
Este começa lentamente a ficar paralizado e a afundar-se, e pergunta: "..... Porquê? ..... Porquê?"
E o escorpião balbucia, com um olhar perplexo:
"Não sei por que o fiz! Mas sou um escorpião e... está na minha natureza!......"

Eu acho que sou o sapo.... mas serei porventura o escorpião?

12 de maio de 2008

Cântico Negro - José Régio

"Vem por aqui" --- dizem-me alguns com olhos doces,
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom se eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui"!
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos meus olhos, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
--- Que eu vivo com o mesmo
sem-vontade
Com que rasguei o ventre a minha mãe.

Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...

Se ao que busco saber nenhum de vós responde,
Por que me repetis: "vem por aqui"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...

Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis machados, ferramentas, e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátrias, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios.
Eu tenho a minha Loucura!

Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se levantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
--- Sei que não vou por aí.

(Ouvir a versão incrível de Maria Betânia aqui)

10 de maio de 2008

Jesus, Barrabás e o nosso mundo barrabesco


by Bernard Shaw

WHY NOT GIVE CHRISTIANITY A TRIAL?

The question seems a hopeless one after 2000 years of resolute adherence to the old cry of "Not this man, but Barabbas". Yet it is beginning to look as if Barabbas was a failure, in spite of his strong right hand, his victories, his empires, his millions of money, and his moralities and churches and political constitutions. "This man" has not been a failure yet; for nobody has ever been sane enough to try his way. But he has had one quaint triumph. Barabbas has stolen his name and taken his cross as a standard. There is a sort of compliment in that. There is even a sort of loyalty in it, like that of the brigand who breaks every law and yet claims to be a patriotic subject of the king who makes them. We have always had a curious feeling that though we crucified Christ on a stick, he somehow managed to get hold of the right end of it, and that if we were better men we might try his plan. (...) But responsible people have never made such attempts. The moneyed, respectable, capable world has been steadily anti-Christian and Barabbasque since the crucifixion; and the specific doctrine of Jesus has not in all that time been put into political or general social practice.
I am no more a Christian than Pilate was, or you, gentle reader; and yet, like Pilate, I greatly prefer Jesus to Annas and Caiaphas; and I am ready to admit that after contemplating the world and human nature for nearly sixty years, I see no way out of the world's misery but the way which would have been found by Christ's will if he had undertaken the work of a modern practical statesman.

(ler o post integral)

Ibama multa Quartiero em R$ 30,6 milhões e interdita fazenda do arrozeiro

O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais) multou nesta sexta-feira (9 de Maio) em R$ 30,6 milhões o prefeito de Pacaraima (RR), Paulo César Quartiero, por crimes ambientais cometidos dentro da fazenda Depósito, na reserva indígena Raposa Serra do Sol. O órgão também determinou a suspensão das atividades econômicas da fazenda e a apreensão das máquinas de produção utilizadas pelo empresário na rizicultura (plantação de arroz) - medidas que serão executadas pela Polícia Federal na segunda-feira.

O Ibama decidiu multar e suspender as atividades econômicas na fazenda Depósito depois de identificar crimes como desmatamento ilegal de terras, bombeamento de água do rio Sururu (RR) sem autorização ambiental e degradação de área de preservação permanente, entre outros.
Além da fazenda Depósito, o Ibama realiza uma espécie de "perícia ambiental" em outras 12 propriedades de plantação de arroz localizadas na reserva.

O diretor de proteção ambiental do Ibama, Flavio Montiel da Rocha, negou que as sanções aplicadas ao prefeito de Pacaraima tenham sido aceleradas em conseqüência da sua prisão. "Essa autuação é estritamente técnica, fruto de um trabalho de três meses do Ibama. Por coincidência, o proprietário foi preso por outras razões. O laudo ambiental não sai do dia para a noite, está dissociado da sua prisão", afirmou.

O diretor do Ibama estima que 30% da terra da reserva indígena Raposa Serra do Sol esteja desmatada em conseqüência da rizicultura. A expectativa do Ibama é que os laudos ambientais nas outras 12 fazendas da reserva também apontem diversos crimes ao meio ambiente que poderão resultar em sanções aos seus proprietários. O Ibama prometeu divulgar até o final de Maio os laudos de outras três fazendas da reserva.

(ler todo o artigo)

artigo de Janete Capiberibe *

A inocência dada ao fazendeiro acusado de mandar matar a religiosa Dorothy Stang, cujo assassinato aconteceu em 12 de fevereiro de 2005, deixa transparecer a tendência de criminalizar, punir e eliminar aquelas populações que ainda hoje carecem dos direitos básicos e seus defensores. O comportamento ignora os direitos do conjunto social.
Da mesma maneira, a morte da Irmã Dorothy e a inocência aos mandantes de crimes contra aqueles que defendem o Estado democrático de direito mostram a disposição de se manter, na região Amazônica, - a qualquer preço - um modelo de desenvolvimento destruidor e provocador de violência e injustiça social.

Irmã Dorothy Stang foi morta por defender as populações tradicionais da floresta - índios, quilombolas, coletores, ribeirinhos..., as levas de lavradores e pequenos proprietários de terra, os despossuídos, a justiça social e a democracia na ocupação das terras e no acesso às riquezas naturais, o respeito ao meio ambiente, ao povo e às peculiaridades da Amazônia.
O assassino da Irmã Dorothy (cujo chefe foi considerado inocente), não deu à freira de 73 anos armada com uma Bíblia a possibilidade de defesa, nem o direito de recurso. Executou-a a tiros. No mesmo ato, pretendeu - atendendo a uma determinação maior - condenar à morte, no Pará, na Amazônia, no Brasil, a sustentabilidade ambiental, a reforma agrária e a justiça social.

(ler todo o artigo)

* Foi exilada política durante a ditadura militar, é deputada federal eleita pelo PSB/AP e presidenta da Comissão da Amazônia, Integração Nacional e Desenvolvimento Regional da Câmara dos Deputados

Empregados de rizicultor atiram em indígenas em Roraima







Na manhã desta segunda-feira (5/5), pelo menos 10 indígenas que vivem na terra Raposa Serra do Sol, no noroeste de Roraima, foram atacados por um grupo de empregados da Fazenda Depósito, do rizicultor Paulo César Quartieiro, prefeito de Pacaraima. Segundo as informações repassadas pelo sistema de radiofonia do Conselho Indígena de Roraima (CIR), os pistoleiros chegaram atirando sem dar chance de defesa às vítimas. Um dos indígenas está em estado gravíssimo, após ser baleado no ouvido e nas costas. A Polícia Federal levou as vítimas para serem atendidas em Boa Vista, capital do estado.

BRASIL: Ocupação de terras indígenas e violência

ACCION URGENTE EN BRASIL:
TIERRA INDÍGENA “RAPOSA SERRA DO SOL”


Brasil está viviendo en estas últimas semanas uno de esos acontecimientos que lo pueden mantener o desviar significativamente del camino de los derechos humanos, la justicia y la verdad, principalmente en lo referente a la garantía de los derechos de los pueblos indígenas.

Después de más de 30 años de lucha y sangre derramada, los indigenas de Raposa Serra do Sol consiguieron que el Gobierno brasileño reconociese su derecho originario sobre su tierra. El Gobierno homologó esta tierra, conforme la determinación de la propia constitución brasileña (C.F. n. 231), que reconoce a los pueblos indígenas el uso exclusivo de las tierras habitadas tradicionalmente por ellos y la registró, completando y cerrando así todo el proceso jurídico.
Con la homologación de la tierra, se determinaba la salida de lo grandes empresarios del Agronegocio. Esto fue en abril de 2005.

Después de tres años desde la homologación, los grandes arroceros continúan dentro. En este tiempo ampliaron sus tierras y sus plantíos, aumentaron los daños ambientales y generaron un estado permanente de violencia y terror muy fuertes.

En marzo de 2008, el Gobierno Federal brasileño decidió, después de agotar todos los intentos de negociación, enviar una fuerza policial para la retirada de los arroceros. La reacción de los invasores fue la formación de pequeños grupos con prácticas terroristas: quemada de puentes, corte de carreteras, bombas caseras arrojadas en viviendas indígenas, etc.

Cuando la operación policial (llamada “Upatakon”, “nuestra tierra” en lengua Makuxi) estaba preparada para retirar los arroceros, el Supremo Tribunal Federal, máximo órgano judicial del país, sorprendió a todos. Entrando en contradicción con su propia jurisprudencia y con la Constitución Federal del país, suspendió la operación y acogió un recurso presentado por el gobierno estadual de Roraima. La retirada de los arroceros estará suspensa hasta que el Supremo se pronuncie, de modo definitivo, sobre el recurso del Gobierno estadual contra la homologación de Raposa Serra do Sol. Se comprometió a tomar la decisión final en 60 días (inicio de junio/08).

(ler todo o artigo aqui)

World Leaders: stop the food crisis

We've plunged into a world food crisis-- soaring crop prices sowing inflation and squeezing households round the world, 100 million more facing starvation and food riots flaring from Egypt to Bangladesh. In Sierra Leone alone rice prices have doubled, leaving 90% of the country unable to provide food for their family--so we're joining with their foreign minister Zainab Bangura (right) to press world leaders to act.
Both rapid emergency action and fundamental reform are needed to end this crisis, so we'll deliver the campaign in the coming days and weeks to a string of key political meetings and summits--add your name urgently to the petition below, then watch Zainab’s video message and spread the word!

http://www.avaaz.org/en/world_food_crisis/