29 de junho de 2008

ÍNDIOS OBTÊM APOIO DE DANIELLE MITTERAND

28­/06/­2008 CAMPANHA ANNA PATA, ANNA YAN

Depois de parlamentares europeus e de líderes políticos britânicos, os índios da reserva indígena Raposa Serra do Sol (RR) que buscam apoio na luta pela homologação de suas terras pelo Supremo Tribunal Federal (STF) conquistaram ontem, em Paris, o suporte de um dos ícones da esquerda mundial, Danielle Mitterrand.

Entre militantes pró-direitos humanos e ambientalistas, a ex-primeira-dama da França na gestão de François Mitterrand fez defesa veemente da causa dos indígenas no Brasil.

(ler todo o artigo de Andrei Netto aqui)

26 de junho de 2008

Raposa Serra do Sol

O vídeo da violência do dia 5 de Maio.

25 de junho de 2008

24­/06/­2008 CAMPANHA ANNA PATA, ANNA YAN

Veja aqui estas diversas notícias:
- A EMBAIXADA BRASILEIRA EM LONDRES APOIA AS LIDERANÇAS INDIGENAS EM CAMPANHA

- REPRESENTANTES DO PRINCIPE CHARLES DA INGLATERRA OUVEM LIDERANÇAS INDIGENAS

- ENTIDADES OFERECEM APOIO À CAMPANHA ANNA PATA, ANNA YAN

PRIMEIRO DIA DE CAMPANHA EM INGLATERRA

23/06/2008 CAMPANHA ANNA PATA, ANNA YAN


Em menos de 24 horas em Londres encontramos quatro brasileiros/as. No ônibus, no metrô, no aeroporto ou em um restaurante, servindo as mesas. Londres, cidade cosmopolita como poucas, recebe também o sonho de milhares de brasileiros e brasileiras. É aqui onde também chegaram Jacir José de Souza e Pierlângela Nascimento da Cunha, lideranças indígenas de Roraima, “para lançar uma Campanha, indígenas, para defender nossa terra”, responde Pierlângela à pergunta da jovem mineira que trabalha no Restaurante.

O primeiro dia de Campanha centrou-se em atender aos meios de comunicação. De manhã cedo, Jacir e Pierlângela eram entrevistados pelo grupo Pulse Films, como parte de um Documentário maior que este grupo está realizando sobre os movimentos resistentes aos processos de exclusão e resistência no mundo.

Depois, Jacir e Pierlângela atenderam à Agência EFE, uma das principais agências de noticia europeias e ao sector de Comunicação da entidade inglesa CAFOD, de grande trajectória na defesa dos direitos humanos.

As lideranças indígenas atenderam hoje também aos média brasileiros. A Revista Leros e a revista Forestdrums (Tambores da Floresta), publicações londinenses para a população brasileira.

A repercusão que a Campanha Anna Pata, Anna Yan está tendo nos média europeus é importante e uma oportunidade para colocar o problema tal qual ele é, sem os discursos já viciados tantas vezes dentro do Brasil.

A CAMPANHA ANNA PATA ANNA YAN CHEGA À EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL DA ÁGUA

21­/06/­2008 CAMPANHA ANNA PATA, ANNA YAN


A cidade espanhola de Saragoza acolhe este ano a Exposição Internacional com o tema Água e Desenvolvimento Sustentável. Um total de 105 países têm representação nesta Exposição, com expressões e actividades que giram em torno do tema da Água.

As lideranças indígenas de Roraima Jacir e Pierlângela participaram no dia 21 num encontro no Pavilhão El Faro, espaço dentro da Expo dirigido a mostrar as desigualdades no acesso à água potável, a acção poluidora do homem e a necessidade de chegarmos a consensos no sentido da preservação e democratização da água.

(ler todo o artigo aqui)

O EMBAIXADOR BRASILEIRO EM ESPANHA RECEBE LIDERANÇAS INDÍGENAS DE RORAIMA

20/06/2008 CAMPANHA ANNA PATA, ANNA YAN


Jacir José de Souza e Pierlângela Nascimento da Cunha, lideranças indígenas de Roraima, foram recebidas na sexta-feira dia 20, pelo Embaixador brasileiro em Madrid, senhor José Viegas Filho.
Acompanhado pelo seu assessor, João Marcelo Pires, o Embaixador ouviu das lideranças a situação que se vive actualmente na Raposa Serra do Sol e o impasse gerado perante a decisão que o Supremo Tribunal Federal deverá tomar até Agosto sobre a homologação daquele território.
O Embaixador, que foi Ministro da Defesa do Governo Lula nos anos de 2003 e 2004, afirmou durante o encontro que o argumento do risco à soberania nacional (argumento normalmente usado contra os indígenas e a homologação das suas terras) "se demonstrou falso". José Viegas Filho agradeceu a iniciativa do CIR (Conselho Indígena de Roraima) de pedir esta audiência, e aprovou a iniciativa das lideranças de visitar as Embaixadas brasileiras nos diversos países que fazem parte da sua viagem por Europa.
Durante todo o dia, Pierlângela e Jacir continuaram atendendo vários meios de comunicação brasileiros, espanhóis e argentinos.

20 de junho de 2008

19/06/2008 CAMPANHA ANNA PATA, ANNA YAN

A COOPERAÇÃO E O DIÁLOGO MARCAM ENCONTROS DE LIDERANÇAS INDIGENAS COM AUTORIDADES ESPANHOLAS


Representantes da Agência Espanhola de Cooperação Internacional (AECI) e do gabinete da Secretaria de Estado de Cooperação Internacional do Governo espanhol receberam hoje às lideranças indígenas Jacir José de Souza y Pierlângela Nascimento da Cunha. (...)

Também hoje, às 13:00 horas, as lideranças reuniram-se com a Comissão Parlamentar de Cooperação Internacional do Congresso dos Deputados. A Comissão, formada por porta-vozes dos diversos partidos políticos espanhóis, após ter ouvido o relato das lideranças e ter aberto um diálogo com eles para compreender melhor a atual situação, comprometeu-se a assinar, em nome de seus partidos políticos, uma carta que será enviada ao Governo Federal e aos ministros do Supremo Tribunal Federal. Afirmaram também que no mês de Setembro apresentarão a situação ao Plenário do Congresso dos Deputados, independentemente de qual tenha sido a decisão do Supremo Tribunal Federal. Agradeceram a visita das lideranças indígenas e declararam que para eles era um dever recebê-los “e um dever muito grato, poder ouvir diretamente de vocês a situação que estão vivendo”.
Mais notícias:
- O PRESIDENTE DA FUNAI CONVERSA POR TELEFONE COM LIDERANÇAS INDIGENAS NA ESPANHA


- LIDERANÇAS INDIGENAS DE OUTROS PAISES MOSTRAM SUA SOLIDARIEDADE À CAMPANHA ANNA PATA, ANNA YAN


(leia os artigos integralmente aqui)

19 de junho de 2008

18/06/2008 CAMPANHA ANNA PATA, ANNA YAN


LIDERANÇAS INDÍGENAS PARTICIPAM EM CONFERÊNCIA DE IMPRENSA EM ESPANHA

"Vemos todos os dias como se discute no mundo todo questões como o aquecimento global, a água, ..., e nós estamos vendo tudo isso que está sendo destruído em nossa terra". "A terra é nossa vida, dela tiramos tudo o que precisamos. E o mundo também precisa de nós, povos indígenas, porque nosso trabalho de preservação é algo que dividimos com o mundo todo".

LIDERANÇAS INDIGENAS SÃO RECEBIDOS NA VICE-PRESIDÊNCIA DO GOVERNO ESPANHOL

Jacir José de Souza e Pierlângela Nascimento da Cunha foram recebidos hoje em Moncloa (Palácio do Governo espanhol) por dois representantesdo Gabinete da Primeira Vicepresidenta do Governo de Espanha.
(leia estas notícias aqui)

16 de junho de 2008

VIAGEM DE LÍDERES INDÍGENAS DA RAPOSA SERRA DO SOL À EUROPA

ver posts sobre a Raposa Serra do Sol aqui, aqui, aqui e aqui


Campanha “Anna Pata, Anna Yan”
(Nossa Terra, Nossa Mãe)



Jacir com o Papa João Paulo II


I - Objectivos da viagem:

- Divulgar a campanha “Anna Pata, Anna Yan” (Nossa Terra, Nossa Mãe) para dar a conhecer a situação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol e para que assim possa a sociedade europeia manifestar o seu apoio e solidariedade com as comunidades indígenas da RSS.

- Sensibilizar e incidir (“Advocacy”) em entidades e organizações significativas europeias para que manifestem o seu apoio aos povos indígenas da RSS e expressem a sua preocupação e pressionem (com cartas e comunicados) às autoridades brasileiras (Governo e Ministros), para que mantenham o decreto de Homologação da TIRSS (assinado pelo Presidente Lula em 2005 - ver história da RSS aqui) e retirem imediatamente todos os invasores não-indígenas da área.

- Possíveis apoios económicos para a mobilização e fortalecimento indígena da região.




II - Alvos e níveis a atingir:

- Nível político dos países europeus. Também é importante que as Embaixadas e Consulados do Brasil na Europa tomem conhecimento de todas as actividades e possam assim informar as autoridades brasileiras.

- Nível intelectual: Universidades, intelectuais e outros fóruns de investigação e divulgação de conhecimento.

- Nível das ONGs, entidades e redes de cooperação e solidariedade.

- Nível dos MCS: Televisão, Rádio, Jornais, Revistas, etc.

- Artistas e personalidades relevantes da sociedade.




III - Data da viagem:

16/06 a 08/07 de 2008.




IV - Líderes que viajam:


- Jacir José de Souza, liderança Makuxi do Conselho Indígena de Roraima (CIR).

- Pierlangela Nascimento da Cunha, liderança Wapichana, Coordenadora da Organização dos Professores Indígenas de Roraima (OPIR).

- Luis Ventura, antropólogo espanhol, vai acompanhar os líderes indígenas na viagem pela Europa. Luis e sua esposa Ester trabalharam no “Centro de Formação e Cultura da Raposa Serra do Sol” durante seis anos.



V - Programa:

16/06/08 Viagem de ida: Boa Vista (Brasil) – Madrid (Espanha)

17-22/06/08 Espanha
Entidades: Caritas Española, Manos Unidas, Entreculturas, Survival e a confirmar Amnistia Internacional.

22-25/06/08 Inglaterra
Entidades: Survival, Green Peace, Amnistia Internacional, CAFOD, etc.

25-29/06/08 Bélgica e França
Entidades: Parlamento Europeu, Survival e outras ainda a definir.

29/06 a 03/07/08 Itália
Entidades: ainda a definir

03-08/07/08 Portugal
Entidades: ainda a definir

(sobre o programa em Portugal, irão sendo publicadas actualizações neste blog)

08/07/08 Viagem de volta: Lisboa (Portugal) - Boa Vista (Roraima, Brasil)


Notícia da morte de Alberto da Silva (poema dramático para muitas vozes)

Eis aqui o morto
chegado a bom porto

Eis aqui o morto
como um rei deposto

Eis aqui o morto
com seu terno curto

Eis aqui o morto
com seu corpo duro

Eis aqui o morto
enfim no seguro


II

De barba feita, cabelo penteado
jamais esteve tão bem arrumado

De camisa nova, gravata borboleta
parece até que vai para uma festa

No rosto calmo, um leve sorriso
nem parece aquele mais-morto-que-vivo

Imóvel e rijo assim como o vês
parece que nunca esteve tão feliz

III

Morava no Méier desde menino
Seu grande sonho era tocar violino

Fez o curso primário numa escola pública
quanto ao secundário resta muita dúvida

Aos treze anos já estava empregado
num escritório da rua do Senado

Quando o pai morreu criou os irmãos
Sempre foi um homem de bom coração

Começou contínuo e acabou funcionário
Sempre eficiente e cumpridor do horário

Gostou de Nezinha, de cabelos longos,
que um dia sumiu com um tal de Raimundo

Gostou de Esmeralda uma de olhos pretos
Ela nunca soube desse amor secreto

Endoidou de fato por Laura Marlene
que dormiu com todos menos com ele

Casou com Luísa, que morava longe,
não tinha olhos pretos nem cabelos longos

Apesar de tudo, foi bom pai de família
sua casa tinha uma boa mobília

Conversava pouco mas foi bom marido
Comprou televisão e um rádio transístor

Não foi carinhoso com a mulher e a filha
mas deixou para elas um seguro de vida

Morreu de repente ao chegar em casa
ainda com o terno puído que usava

Não saiu notícia em jornal algum
Foi apenas a morte de um homem comum

E porque ninguém noticiou o fato
Fazemos aqui este breve relato

IV

Não foi nada de mais, claro, o que aconteceu:
apenas um homem, igual aos outros, que morreu

Que nos importa agora se quando menino
O seu grande sonho foi tocar violino?

Que nos importa agora quando o vamos enterrar
se ele não teve sequer tempo de namorar?

Que nos importa agora quando tudo está findo
se um dia ele achou que o mar estava lindo?

Que nos importa agora se algum dia ele quis
Conhecer Nova York, Londres ou Paris?

Que nos importa agora se na mente confusa
ele às vezes pensava que a vida era injusta?

Agora está completo, já nada lhe falta:
nem Paris nem Londres nem os olhos de Esmeralda

V

Mas é preciso dizer que ele foi como um fio
d’água que não chegou a ser rio

Refletiu no seu curso o laranjal dourado
sem que nada desse ouro lhe fosse dado

Refletiu na sua pele o céu azul de outubro
e as esplendentes ruínas do crepúsculo

E agora, quando se vai perder no mar imenso,
tudo isso, nele, virou rigidez e silêncio:

toda palavra dita, toda palavra ouvida
todo riso adiado ou esperança escondida

toda fúria guardada, todo gesto detido
o orgulho humilhado, o carinho contido

o violino sonhado, as nuvens, a espuma
das nebulosas, a bomba nuclear
agora nele são coisa alguma

VI

Mas no fim do relato é preciso dizer
que esse morto não teve tempo de viver

Na verdade vendeu-se, não como Fausto, ao Cão:
vendeu sua vida aos seus irmãos

Na verdade vendeu-a, não como Fausto, a prazo:
vendeu-a à vista, ou melhor, deu-a adiantado

Na verdade vendeu-a, não como Fausto, caro:
vendeu-a barato e, mais, não lhe pagaram

VII

Enfim este é o morto
agora homem completo:
só carne e esqueleto

Enfim este é o morto
totalmente presente:
unha, cabelo, dente

Enfim este é o morto:
um anônimo brasileiro
do Rio de Janeiro
de quem nesta oportunidade
damos notícia à cidade

Ferreira Gullar

14 de junho de 2008

O Segredo de um Cuscuz


Em português: O Segredo de um Cuscuz

Título original: La Graine et le Mulet
De: Abdel Kechiche
Com: Habib Boufares, Hafsia Herzi, Farida Benkhetache

FRA, 2007, Cores, 151 min.

http://www.lagraineetlemulet-lefilm.com/

13 de junho de 2008

With God on our side



Oh my name it is nothin'
My age it means less
The country I come from
Is called the Midwest
I's taught and brought up there
The laws to abide
And that land that I live in
Has God on its side.

Oh the history books tell it
They tell it so well
The cavalries charged
The Indians fell
The cavalries charged
The Indians died
Oh the country was young
With God on its side.

Oh the Spanish-American
War had its day
And the Civil War too
Was soon laid away
And the names of the heroes
I's made to memorize
With guns in their hands
And God on their side.

Oh the First World War, boys
It closed out its fate
The reason for fighting
I never got straight
But I learned to accept it
Accept it with pride
For you don't count the dead
When God's on your side.

When the Second World War
Came to an end
We forgave the Germans
And we were friends
Though they murdered six million
In the ovens they fried
The Germans now too
Have God on their side.

I've learned to hate Russians
All through my whole life
If another war starts
It's them we must fight
To hate them and fear them
To run and to hide
And accept it all bravely
With God on my side.

But now we got weapons
Of the chemical dust
If fire them we're forced to
Then fire them we must
One push of the button
And a shot the world wide
And you never ask questions
When God's on your side.

In a many dark hour
I've been thinkin' about this
That Jesus Christ
Was betrayed by a kiss
But I can't think for you
You'll have to decide
Whether Judas Iscariot
Had God on his side.

So now as I'm leavin'
I'm weary as Hell
The confusion I'm feelin'
Ain't no tongue can tell
The words fill my head
And fall to the floor
If God's on our side
He'll stop the next war.

7 de junho de 2008

340.000 assinaturas

No dia 4 de Junho, O Secretário Geral da ONU reuniu-se com os Representantes da Sociedade Civil para receber a Petição que apelava para uma acção imediata sobre a crise alimentar.

A petição Co-organizada pela Pobreza Zero/Apelo Global à Acção Contra a Pobreza - GCAP e Avaaz, foi entregue com um total de 340.000 assinaturas, exigindo o esforço de todas as Organizações e Governos para agir imediatamente sobre as causas enraizados na crise alimentar.

"Eu estou muito satisfeito com todo o consenso a que se chegou e na séria preocupação que está a ser mostrada pelos líderes mundiais. É muito útil para nós ter esta petição para mostrar o compromisso e envolvimento de pessoas de todo o mundo", disse Ban Ki-moon, secretário geral da ONU no momento que recebeu a nossa delegação na FAO.

A petição pode ser assinada "online" no site http://www.pobrezazero.org/

Lembramos que há em todo o mundo cerca de 850 milhões de pessoas com fome, um número que poderá aumentar em mais 100 milhões devido a esta crise.

(ler todo o artigo)


5 de junho de 2008

2 de junho de 2008

As crises e a lucidez

Saibamos tirar proveito das crises. (…)

Ao longo da minha vida, cheguei à conclusão de que as catástrofes existem para nos evitar o pior. E o pior (…) é ter tido a infelicidade de ter atravessado a vida sem naufrágios, é ter ficado à superfície das coisas, ter patinado no pântano do diz que diz, das aparências, e nunca ter sido precipitado numa outra dimensão. As crises, na sociedade em que vivemos, são realmente o que ela tem de melhor – mesmo correndo o risco de nos projectarem, sem estarmos preparados para isso – para entrarmos na outra dimensão. Na nossa sociedade, toda a ambição, toda a concentração está em desviar a nossa atenção de tudo aquilo que é importante, criando-se um sistema de arame farpado, de proibições para não podermos ter acesso à nossa profundidade.

Trata-se de uma imensa conspiração, da mais gigantesca conspiração de uma civilização contra a alma, contra o espírito. Numa sociedade onde tudo está fechado, onde os caminhos para entrar na profundidade não são indicados, existe apenas a crise para podermos quebrar os muros à nossa volta. A crise serve de certo modo como arma para arrombar as portas dessas fortalezas onde nos mantemos encarcerados, com todo o arsenal da nossa personalidade, tudo aquilo que pensamos ser.
Recentemente, numa auto-estrada periférica de Berlim, onde existem sempre engarrafamentos terríveis, um Tager* genial inscreveu numa ponte a seguinte fórmula (...): “desengana-te, não estás num engarrafamento, o engarrafamento és tu!”

(…) Como funciona a crise? Poderíamos utilizar a palavra retorno, mudança. O que é que se passa na crise? Passa-se mais ou menos isto, uma voz dirige-se a si e diz-lhe: “Construíste uma vida, sim, muito bem, então, agora, destrói-a; construíste uma personalidade, fantástico, muito bem, destrói-a; lutaste muito, foste corajoso, de uma coragem extraordinária, mas a hora da rendição chegou, ajoelha-te!

Christiane Singer, O lado positivo das crises (recolha de textos de conferências).


*Tager - do inglês, tager é aquele que escreve tags - frases/mensagens nas paredes.

Debate: “Os actuais desafios do Comércio Justo”

No Sábado dia 7 de Junho poderá participar, entre as 15h00 e as 16h30, num debate sobre a actualidade do movimento do Comércio Justo, inserido na iniciativa Os Dias do Desenvolvimento


Este debate é promovido pelo CIDAC (Lisboa), a Ecos do Sul (Damaia) e a Mó de Vida (Almada), organizações que representam o Espaço por um Comércio Justo (ECJ) em Portugal - uma rede de âmbito ibérico que defende um Comércio Justo assente na Economia
Solidária e na defesa da Soberania Alimentar, negando por exemplo a venda nas grandes superfícies ou parcerias com as multinacionais.

A discussão será centrada nas interdependências entre Comércio Justo, Soberania Alimentar e circuitos comerciais curtos, como factores de transformação social e preservação ambiental, numa visão que vai muito além do Comércio Justo estritamente Sul/Norte.

Este debate realiza-se no âmbito da iniciativa do IPAD (Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento) – Os Dias do Desenvolvimento (http://www.diasdodesenvolvimento.org/), a decorrer entre 5 e 7 de Junho no Centro de Congressos de Lisboa, onde a Rede ECJ estará presente com produtos e informações sobre Comércio Justo.

A Rede ECJ (http://www.espaciocomerciojusto.org/), que reúne cerca de 40 organizações em Portugal e Espanha, defende os princípios do Comércio Justo para todos os actores da cadeia comercial, incluindo a produção, transformação, distribuição, comercialização e consumo.

Para esclarecimentos ou informações adicionais não hesite em nos contactar:

  • Lina Afonso, CIDAC (http://www.cidac.pt/), edla@cidac.pt , 213 172 860
  • Carla Soares, Ecos do Sul, ecosdosul@net.novis.pt, 214 767 750
  • Carlos Gomes, Mó de Vida (http://www.modevida.com), modevida@modevida.com, 212 720641 / 914 035 720

1 de junho de 2008

O Cardeal Martini pede uma reforma da Igreja

"La Iglesia debe tener el valor de reformarse". Ésta es la idea fuerza del cardenal Carlo Maria Martini (Turín, 1927), uno de los grandes eclesiásticos contemporáneos.

Con elogios al reformador protestante Martín Lutero, el cardenal le pide a la Iglesia católica "ideas" para discutir hasta la posibilidad de ordenar a viri probati (hombres casados, pero de probada fe), y a mujeres.

También reclama una encíclica que termine con las prohibiciones de la Humanae Vitae, emitida por Pablo VI en 1968 con severas censuras en materia de sexo.

El cardenal Martini ha sido rector de la Universidad Gregoriana de Roma, arzobispo de la mayor diócesis del mundo (Milán) y papable. Es jesuita, publica libros, escribe en los periódicos y debate con intelectuales. En 1999 pidió ante el Sínodo de Obispos Europeos la convocatoria de un nuevo concilio para concluir las reformas aparcadas por el Vaticano II, celebrado en Roma entre 1962 y 1965.

Ahora vuelve a la actualidad porque se publica en Alemania (por la editorial Herder) el libro Coloquios nocturnos en Jerusalén, a modo de testamento espiritual del gran pensador. Lo firma Georg Sporschill, también jesuita.

Sin tapujos, lo que reclama Martini a las autoridades del Vaticano es coraje para reformarse y cambios concretos, por ejemplo, en las políticas del sexo, un asunto que siempre desata los nervios y las iras en los papas desde que son solteros.

El celibato, sostiene Martini, debe ser una vocación porque "quizás no todos tienen el carisma". Espera, además, la autorización del preservativo. Y ni siquiera le asusta un debate sobre el sacerdocio negado a las mujeres porque "encomendar cada vez más parroquias a un párroco o importar sacerdotes del extranjero no es una solución". Le recuerda al Vaticano que en el Nuevo Testamento había diaconisas.

(...)

Sobre la homosexualidad, el cardenal dice con sutileza: "Entre mis conocidos hay parejas homosexuales, hombres muy estimados y sociales. Nunca se me ha pedido, ni se me habría ocurrido, condenarlos".

Martini aparece en el libro con toda su personalidad a cuestas, de una curiosidad intelectual sin límites. Hasta el punto de reconocer que cuando era obispo le preguntaba a Dios: "¿Por qué no nos ofreces mejores ideas? ¿Por qué no nos haces más fuertes en el amor y más valientes para afrontar los problemas actuales? ¿Por qué tenemos tan pocos curas?"

Hoy, retirado y enfermo - acaba de dejar Jerusalén, donde vivía dedicado a estudiar los textos sagrados, para ser atendido por médicos en Italia -, se limita a "pedir a Dios" que no le abandone.
(...)

Desde Jerusalén la vida se ve de otra manera, sobre todo las parafernalias de Roma. Martini lo cuenta así:

"Ha habido una época en la que he soñado con una Iglesia en la pobreza y en la humildad, que no depende de las potencias de este mundo. Una Iglesia que da espacio a las personas que piensan más allá. Una Iglesia que transmite valor, en especial a quien se siente pequeño o pecador. Una Iglesia joven. Hoy ya no tengo esos sueños. Después de los 75 años he decidido rogar por la Iglesia".

(...)

ver o texto completo de JUAN G. BEDOYA (25-05-2008) aqui.