31 de março de 2010

Novos Paradigmas Novos Comportamentos

Estou a partir para uns dias de férias e provavelmente o blog também ficará a hibernar um pouco. Então deixo-vos com a habitual Reflexão Quaresmal da CNJP, que este ano se debruça sobre "Novos Paradigmas, Novos Comportamentos".
Parece-me este ano especialmente incisiva e politicamente incorrecta até. Vale mesmo a pena ler e reflectir com calma. Deixo-vos aqui um excerto e depois o link para o texto integral.
Boa Páscoa a todos.

Sem dúvida, uma das questões fundamentais para perspectivar as mudanças necessárias para humanizar o sistema económico reside na cultura empresarial dominante, designadamente, nos princípios e no conceito de empresa em que assenta.
Em termos esquemáticos e simplificados (que não prejudicam a consistência das conclusões do raciocínio), a empresa é composta, além do mais, por dois grandes tipos de factores: o trabalho e o capital. Nenhum destes pode produzir sem o concurso do outro. Donde se conclui que, por natureza, cada um desses factores reclama o outro, carece do outro. Por outras palavras, o trabalho e o capital são, por natureza, complementares. Qualquer conflito que surja entre as duas partes não tem a ver com os factores em si, mas com os interesses dos que estão por de trás de um e outro. Quer isto dizer que, do ponto de vista da harmonia social, qualquer divergência entre o trabalho e o capital deve ser tratada em clima de complementaridade. Naturalmente, este clima é muito mais difícil de estabelecer quando a estrutura de poder no interior da empresa é fortemente desequilibrada, como acontece designadamente entre nós.
Por outro lado, é fundamental não confundir a empresa com as instalações e equipamento. Estas são adquiridas pelo capital, pelo que se compreende que se estabeleça uma relação de propriedade sobre as mesmas. Já se não verifica o mesmo com a empresa, a qual é constituída pelo capital e pelo trabalho, pelas instalações e equipamento e toda a actividade que no seu interior se exerce, não sendo legítimo colocar só num dos lados a propriedade da mesma. Está aqui uma viragem profunda e decisiva que a cultura empresarial terá de sofrer se quiser humanizar-se.
Do ponto de vista conceptual, mas também com implicações práticas importantes, coloca-se a questão do desequilíbrio estrutural que consiste em a remuneração do trabalho ser considerada e contabilizada como custo, não acontecendo o mesmo com a remuneração do capital. Um dos objectivos de qualquer empresa é o de reduzir os respectivos custos, para aumentar os benefícios. Sendo classificada como custo, a remuneração do trabalho estará sempre sujeita à pressão no sentido decrescente. Do sucesso dessa contenção vai resultar o sucesso dos «resultados» da empresa e da remuneração do capital.


Ler toda a Reflexão aqui.

30 de março de 2010

Lol

Not to decide is to decide.

24 de março de 2010

Porreiro, pá!

23 de março de 2010

22 de março de 2010

Hoje faço 30 anos e S. Paulo fala por mim

Não que eu tenha já chegado à meta, ou já tenha atingido a perfeição. Mas continuo a correr, para ver se a alcanço, uma vez que também fui alcançado por Cristo Jesus.
Não penso, irmãos, que já o tenha conseguido. Só penso numa coisa: esquecendo o que fica para trás, lançar-me para a frente, continuar a correr para a meta, em vista do prémio a que Deus, lá do alto, me chama em Cristo Jesus.

S. Paulo aos Filipenses (leitura de ontem)

21 de março de 2010

Filosofia Prática, filosofia no mundo

Acabei de descobrir um tipo que resolveu trazer a filosofia às pessoas e pôr as pessoas a filosofar. Organiza workshops, dá consultas, propõe tertúlias (os chamados "Cafés Filosóficos"), etc. Pelo que vi no site (que está muito bem feito), achei mesmo interessante e pertinente.
Pena ser no Porto. Espreitem aqui.

20 de março de 2010

Espectacular



Este tipo aproveitou o site chatroulette, onde as pessoas casualmente são conectadas atravé da net e das suas webcams, para improvisar ao piano com quem calhava. Genial!
Obrigado, binary solo.

Limpar Lisboa

«Não há trabalho mais em vão do que este. Amanhã já vai estar tudo na mesma.»


Desabafa um funcionário da câmara, vulgo 'homem do lixo', que acompanhou o nosso grupo de cerca de trinta professores, alunos, pais e funcionários do colégio onde trabalho, ao bairro da Torrinha para ajudar a Limpar Portugal.
E veio-me uma tristeza envergonhada, por pensar em quão absurda deverá parecer a este senhor a nossa vontade de nos armarmos em heróis por um dia, quando ele tem esta função como trabalho diário, e se depara quotidianamente com a vanidade daquilo que faz, num país de gente, muitas vezes, ainda, sem uma ponta de civismo e de educação.

(o lixo que apanhámos naquele bairro, onde os canteiros ao lado dos prédios estavam transformados em aterros para entulho e porcaria, foi impressionante)

19 de março de 2010


Retomando o tema de os homossexuais poderem dar ou não sangue

«André Correia, de 28 anos, dador de sangue há 10 anos, deparou-se com a pergunta "Se é homem: alguma vez teve relações sexuais com outro homem?", em Maio de 2009, quando respondia ao inquérito do Hospital de Santo António, no Porto. Decidiu deixar o espaço da resposta em branco. Mas informou a médica responsável de que tinha tido uma relação homossexual cerca de oito meses antes.

(...) na sua declaração de dador, André passou de "apto" para "eliminado".

(...) Numa das reclamações, exigia saber quais os "motivos clínicos" que o impediam de dar sangue - isto porque, numa declaração do Serviço de Hematologia Clínica do Santo António, justificava-se que a sua suspensão "definitiva" como dador de sangue devia-se a "motivos clínicos". "Nunca tive qualquer problema de saúde, passei em todos os testes", garante.

Comunicou pessoalmente isso mesmo ao director daquele serviço, Manuel Campos, que, segundo André, "ficou espantado" com a situação, mas (...) numa segunda declaração escrita pode ler-se: "Veio no dia 18/05/2009 ao Serviço de Hematologia Clínica para doar sangue. Fez a sua dádiva normal porque não declarou expressamente ser homossexual. No dia 21/12/2009 veio novamente ao serviço (...) e nesse dia explicitamente declarou ter tido relação/relações homossexuais, tendo ficado nessa data excluído pelos motivos que são sobejamente conhecidos de eliminação da dádiva suportados pelo parecer do Ministério da Saúde". "Estão a tentar vencer-me pelo cansaço", afirma André, "porque continuam a não me dizer quais os motivos clínicos e falam em motivos "sobejamente conhecidos" sem explicitar quais". A avaliação, salienta, "é feita apenas com base no preconceito, porque na verdade os homossexuais masculinos podem dar sangue, só não podem dizer que são homossexuais".»

No Público de ontem.

18 de março de 2010

“Há uns tempos li nos jornais que um grupo de professores encontrou por acaso um inquérito que foi enviado nos anos trinta a um certo número de escolas de todo o país. Incluía um questionário sobre quais os problemas mais graves que aconteciam nas escolas. E encontraram também os formulários de respostas, que tinham sido preenchidos e devolvidos dos quatro cantos do país. E os problemas mais graves que os professores apontavam eram coisas como conversar nas aulas e correr pelos corredores. Mascar pastilha elástica. Copiar os trabalhos de casa. Coisas desse género.
Então eles fotocopiaram uma data de exemplares e enviaram-nos para as mesmas escolas. Passados quarenta anos. Bom, algum tempo depois receberam as respostas. Violações, fogo posto, homicídio. Drogas. Suicídios.
E eu ponho-me a pensar nisto. Porque muitas das vezes que eu digo que o mundo está a ir direitinho para o Inferno ou alguma coisa do género, as pessoas limitam-se a fazer-me um sorriso e dizem-me que eu estou a ficar velho. Que este é um dos sintomas. Mas cá no meu entender, se alguém não vê a diferença entre violar e assassinar pessoas e mascar pastilha elástica é porque tem um problema muito mais grave do que o meu. Quarenta anos também não é assim tanto tempo. Talvez os próximos quarenta anos façam acordar algumas pessoas da anestesia em que caíram. Se não for demasiado tarde.”

Este País não É para Velhos, de Cormac McCarthy, citado aqui, naturalmente.

Amara - acompanhamento de pessoas em fim de vida



A AMARA é uma associação sem fins lucrativos que se propõe contribuir para o acompanhamento das pessoas em fim de vida e das suas famílias, proporcionar-lhes serenidade na vida e dignidade na morte. A AMARA empenha-se em aprofundar o crescimento e desenvolvimento pessoal e em contribuir para modificar a visão que a sociedade tem da morte, ajudando a que esta seja encarada como parte do processo natural que é a vida.
A proposta que vêm no cartaz acima é um retiro que se baseia nas tradições budista e cristã para ajudar as pessoas a enfrentar a morte.
Algo de que normalmente não queremos ouvir falar, pois tornou-se um tabú.

17 de março de 2010

Lições de vida

E ali estava eu, nas sessões de fisioterapia, junto àquele outro rapaz que, ao contrário de mim, e para minha secreta inveja, conseguia ser autónomo (por exemplo, colocar-se a si mesmo na cadeira com a força dos braços) e a ter de o ouvir lamentar-se por não ser como o outro, aquele que já conseguia andar com uma muleta. E pensei: "Que grande lata, dizer-me isto a mim!"
Foi aí que percebi que o ser humano tem esta mania de adiar sempre a sua felicidade. Vou ser feliz nas férias. Vou ser feliz quando o Sporting ganhar. Vou ser feliz ao fim-de-semana. E os menos ambiciosos: vou ser feliz ao fim do dia.
E decidi que não ia ser assim para mim. Sou feliz no momento presente e tenho tido uma vida fantástica.


Bento Amaral, enólogo e campeão de vela adaptada,
paralizado desde os 25 anos na sequência de um acidente,
no Fé e Justiça, 13 de Março.

16 de março de 2010

As entrevistas de Laurinda

Ela irrita-me bastante por ser demasiado positive thinker.... Soa-me a guitarras e palmas numa missa cheia de jovens (o que não é necessariamente um elogio).
Mas vale a pena espreitar as entrevistas que tem feito.
Aqui.

no site da FCT

I have had my results for a long time: but I do not yet know how I am to arrive at them.

Karl Friedrich Gauss

Gingko

Para quem, como eu, ainda não conhecia, aqui vai o link para a Gingko, revista portuguesa centrada na sustentatibilidade pessoal, profissional e ambiental, que se faz contando estórias inspiradoras para um mundo melhor: aqui.

15 de março de 2010

Suicídio em Portugal

Se ao menos tivessemos as condições socio-económicas da Suécia....

14 de março de 2010

domingo no mundo

Trabalhar ao domingo devia efectivamente ser proibido. Têm toda a razão.

Porque eu estou aqui neste limbo, sem trabalho nem descanso. De consciência pesada, com três turmas de testes em cima da mesa e a espreitar os mails e a lista de leitura do blogger a casa dez minutos, como distracção, com a frustração de não haver novidades pois é domingo no mundo, e as pessoas têm mais que fazer (em sentido lato, neste caso; provavelmente o grande projecto de domingo da maior parte das pessoas é não fazer nada e sentir-se à vontade com isso).
E agora que já me entreti mais um bocadinho a escrever este post perfeitamente inútil e já perdi mais dez minutos, vou voltar ali para a secretária, se me dão licença.
Esperam-me Perelman e Descartes. Que programa!

Elogiar o esforço é melhor do que elogiar a inteligência

«Presume-se que se uma criança acredita que é inteligente (após ouvir isso constantemente), não se intimidará com novos desafios académicos. O elogio constante deve funcionar como um anjo da guarda, assegurando que as crianças não desaproveitam os seus talentos.
Mas um corpo de pesquisa cada vez maior – e um novo estudo feito a partir das trincheiras do sistema de ensino público de Nova Iorque – indica com grande convicção que pode estar a acontecer precisamente o contrário. Dizer às crianças que são “inteligentes” não as impede de ter um desempenho fraco. Pelo contrário, pode ser a causa disso.
(...)
Nos últimos dez anos, Carol Dweck e a sua equipa de Columbia estudaram o impacto de elogios em alunos de vinte escolas de Nova Iorque. (...)
Dweck enviou quatro assistentes de pesquisa para salas de aula do quinto ano em Nova Iorque. Estas investigadoras levariam, uma a uma, as crianças da sala de aula para fazerem um teste de QI não verbal composto por uma série de puzzles – puzzles suficientemente fáceis para todas as crianças os fazerem facilmente. Após terminar o teste, as investigadoras diziam à criança qual a pontuação obtida e, em seguida, acrescentavam uma brevíssima frase a elogiá-la. Divididos aleatoriamente em dois grupos, alguns alunos eram elogiados pela sua inteligência. Diziam-lhes: “Deves ser inteligente nisto.” Outros eram elogiados pelo seu esforço: “Deves ter trabalhado muito.”
Porquê um elogio numa só frase?
– Queríamos perceber o nível de sensibilidade das crianças – explicou Dweck. – Suspeitávamos de que essa frase podia ser suficiente para haver um impacto.
Em seguida, os alunos puderam escolher o teste da segunda ronda. Um dos testes era mais difícil do que o primeiro, mas as investigadoras avisaram as crianças de que iriam aprender muito ao tentar resolver esses puzzles. A outra alternativa, explicou a equipa de Dweck, era um teste fácil, como o primeiro. Entre o grupo cujo esforço foi elogiado, 90 por cento das crianças escolheram o conjunto de puzzles mais difícil. Entre o grupo cuja inteligência foi elogiada, a maior parte escolheu o teste fácil. As crianças “inteligentes” optaram pela via mais fácil.
Porque é que isto aconteceu? “Quando elogiamos a inteligência das crianças”, escreveu Dweck no resumo do seu estudo, “mostramos-lhes as regras do jogo: tens de parecer inteligente, não corras o risco de cometer erros”. E foi isso que os alunos do quinto ano fizeram. Optaram por parecer inteligentes e não correram o risco de fazer má figura.
Numa ronda posterior, nenhum dos alunos do quinto ano podia escolher. O teste era difícil, concebido para crianças dois anos à frente do seu nível de estudo. Como seria de esperar, todos reprovaram. Mas uma vez mais, os dois grupos de crianças, divididos aleatoriamente no início do estudo, reagiram de modo diferente. Aqueles cujo esforço foi elogiado no primeiro teste presumiram que simplesmente não se tinham concentrado o suficiente neste teste.
– Esforçaram-se imenso e experimentaram todas as soluções possíveis para os puzzles – lembrou Dweck. – Muitos comentaram, sem que ninguém lhes perguntasse, “Este é o meu teste favorito”.
Mas não foi isto que aconteceu com aqueles cuja inteligência foi elogiada. Sentiram que este fracasso provava que afinal não eram realmente inteligentes.
– Bastava olhar para eles para sentir a tensão. Estavam a suar e tinham um ar extremamente infeliz.
Após provocar artificialmente uma ronda condenada ao fracasso, as investigadoras de Dweck apresentaram uma ronda final de testes que eram tão fáceis como os da primeira ronda. Aqueles cujo esforço fora elogiado melhoraram consideravelmente os seus resultados iniciais – em aproximadamente 30 por cento. Aqueles cuja inteligência fora elogiada tiveram resultados piores do que na ronda inicial – em aproximadamente 20 por cento.
Dweck suspeitava de que o elogio podia ter um efeito adverso, mas até ela ficou surpreendida com a dimensão deste efeito.
Ao destacar o esforço, damos às crianças uma variável que podem controlar – explica. – Passam a sentir que conseguem controlar o seu êxito. Ao destacar a inteligência natural, retiramos o controlo às crianças, e não lhes oferecemos nenhuma boa receita para lidar com o fracasso.
(...)
Os professores da Life Sciences Secondary School em East Harlem já viram as teorias de Dweck aplicadas aos seus alunos do segundo ciclo do ensino básico. Dweck e a sua discípula, Lisa Blackwell, publicaram um relatório na revista científica Child Development sobre o efeito de uma intervenção que durou um semestre e que visava melhorar as notas de matemática dos alunos.
A Life Sciences é uma escola especial, especializada na área das ciências da saúde, que tem altas aspirações, mas cujos 700 alunos vêm predominantemente de minorias e têm um baixo desempenho. Blackwell dividiu as suas crianças em dois grupos para um workshop composto por oito sessões. Ensinou competências de estudo ao grupo de controlo e, aos restantes, competências de estudo e um módulo especial sobre como a inteligência não é inata. Estes alunos revezaram-se a ler um estudo sobre a capacidade do cérebro, quando desafiado, para desenvolver novos neurónios. Viram diapositivos do cérebro e representaram sketches humorísticos.
– Enquanto lhes ensinava estas ideias – referiu Blackwell – ouvia os alunos gozarem e chamarem “burro” ou “estúpido” uns aos outros.
Depois de o módulo terminar, Blackwell acompanhou as notas destes alunos para ver se tinha tido algum impacto.
Não demorou muito. Os professores – que não sabiam quais os alunos que tinham sido colocados em cada workshop – conseguiam identificar os alunos a quem tinha sido ensinado que é possível desenvolver a sua inteligência. Eles melhoraram os seus hábitos de estudo e notas. Num único semestre, Blackwell inverteu uma tendência de longa data de queda nas notas de matemática.
A única diferença entre o grupo de controlo e o grupo de teste foram duas aulas, num total de 50 minutos durante os quais em vez de se ensinar matemática se ensinou uma única ideia: que o cérebro é um músculo. Quanto mais exercitado for, mais inteligente fica. Isso bastou para melhorar as notas de matemática destes alunos

13 de março de 2010

Assim não se educa ninguém.

Professor vítima de bullying preferiu morrer a voltar ao 9ºB.


Docentes da Escola Básica de Fitares asseguram que o caso de Luís é apenas um exemplo.

Desadequada

Conto-vos uma coisa, para ver se a exorcizo.
Gosto de uma pessoa. É uma pessoa que me cativou. Nada de amoroso, nada de turvo, puro gostar e apetecer uma amizade. Com aquele calor bom dos sentimentos vivos.
Mas depois de um início que aparentou reciprocidade, veio o tempo da fuga. O tempo do corte. Sem razão que eu perceba, fui excluída da sua vida. Talvez não goste de mim ou talvez goste demais. Mas o certo é que eu não sei, e agora na sua presença sinto-me cada vez mais sozinha. Desadequada.
É uma pessoa que brilha e a relação entre nós envolvia-me nesse brilho. A falta dela ofusca-me, e a sua indiferença apaga-me.
Fico triste, de uma melancolia cinzenta, esbatida.
Destas coisas não se fala, raramente ouvi nos outros confissões de amizades frustradas, afectos não correspondidos.
Mas eu tenho esta ferida, que dura, que preciso de limpar.
Se alguém souber curar esta solidão, por favor, partilhe.

Celibato e Pedofilia


Parece-me incontestável.
Na América Latina e em África a solução é simplesmente a quebra do celibato à luz do dia, com o padre a viver com uma "prima" numa casa cheia de "sobrinhos". É claro que esta solução, que aproveita o facto de as sociedade latinoamericanas e africanas, no geral, se escandalizarem menos do que nós com uma situação moralmente heterodoxa, está longe de ser adequada. Quebrar regras que jurámos respeitar (e um padre, através do sacramento da ordem, está a fazer um "contrato" com a Igreja e com Deus, tal como dois noivos quando se casam), é sempre errado. Se já não consigo respeitar o celibato e quero entrar numa relação amorosa e sexual com alguém, tenho toda a liberdade de o fazer, mas então deixo de ser padre, como é evidente. Tal como, num namoro ou num casamento, se deixo de gostar do meu companheiro, com quem me comprometi, e tenho uma atracção descontrolada por outra pessoa, primeiro esclareço as coisas com quem de direito e interrompo a relação, terminando o compromisso a que devo ser fiel, e depois dou largas ao meu desejo.
No entanto, apesar de eu não concordar com este facilitismo com que os padres quebram as regras nestes outros continentes, sempre tenho a impressão de que há menos hipocrisia, e provavelmente menos desvios graves, do que aqui, onde os impulsos sexuais são equivalentes, mas a repressão dos mesmos é maior.

12 de março de 2010

Não errar é humano

Carlos Fiolhais no Público e aqui.

11 de março de 2010

Um privilégio é

ouvir ao vivo a Joan Baez a cantar a Grândola Vila Morena, consciente, como sempre está, do palco que está a pisar e da história que toca com as pontas dos dedos na voz.

8 de março de 2010

7 de março de 2010

Limpar Portugal aproxima-se

A data de 20 de Março, em que uma rede de milhares de voluntários de prepara para limpar Portugal num só dia... aproxima-se.
Vejam do que se trata em www.limparportugal.org/.

Chamo a atenção para a necessidade de "chefes de equipa" em Lisboa: limparlisboa.blogspot.com/. Participem!

Lavagens cerebrais

J.L. Pio Abreu no "Destak" de ontem:

As lavagens cerebrais foram estudadas pela CIA durante duas ou três décadas a partir dos anos 50. O nome do projecto era MK ULTRA. Os documentos que se conseguiram resgatar mostram que se tratava de experiências infantis baseadas na administração de drogas que produziram mais acidentes problemáticos do que conhecimento sobre o assunto.

Nos anos 60, Frantz Fanon, no seu livro Os Condenados da Terra, explicava como se lavavam as mentes dos anticolonialistas presos na Argélia. Pura e simplesmente, eles eram convidados a escrever ensaios sobre as vantagens do colonialismo francês. Estes ensaios eram classificados e, ao atingir uma certa pontuação, os presos eram libertos. Na verdade, os prisioneiros já eram inofensivos, pois as convicções antigas tinham-se evaporado enquanto escreviam as teses contrárias.

Na lavagem cerebral, as palavras são mais importantes do que qualquer droga, com a vantagem de se poderem administrar massiva e inadvertidamente. Entram-nos pela casa dentro, na hora do descanso, pela voz dos jornalistas e comentadores televisivos. Os sinais da lavagem consistem em usar, nas conversas e fóruns, as frases feitas por eles.

Resta saber se os jornalistas e comentadores também sofrem lavagens cerebrais, já que eles se repetem uns aos outros com frequência. Podem-se invocar várias razões para este fenómeno, entre as quais a de serem mal pagos, não terem tempo para se informar com autonomia e terem de pôr os olhos na concorrência. Mas é de ter em conta a possibilidade de eles se lavarem uns aos outros.

4 de março de 2010

Livros a -20% hoje e amanhã

A livraria online portuguesa Wook faz, hoje e amanhã apenas, um desconto excepcional de 20% em todos os livros, excepto escolares.

1 de março de 2010

A arte de ver o arco-iris



Acredito verdadeiramente que é possível criar, mesmo sem jamais ter escrito uma palavra ou pintado um quadro, apenas moldando nossa vida interior. E isso também é uma proeza.


Etty Hillesum