21 de dezembro de 2006

ABC dos Grande Números

Para muitos portugueses, qualquer número acima de um milhão, cai na categoria das quantidades transcendentes. Este artigo pretende trazer alguma luz sobre as escalas dos números grandes.
Números como, por exemplo, 20.000.000. Vinte milhões. Este é o valor estimado em euros para o investimento no Túnel do Marquês, antes de derrapagens (aD) e antes de Sá Fernandes (aSF). Apesar da grandeza aparente do número, nem chega a ser ¼ do custo do funcionamento anual da Assembleia da República, orçamentado em 85.000.000 de euros.

Subindo para os 9 dígitos, aparece-nos o custo da Casa da Música, depois de derrapagens, 112.000.000 de euros. Cerca do triplo da estimativa aD. Ou seja, esperava-se que a Casa custasse 1,8 túneis (aD, aSF) mas ficou por 5,6. Derrapagem normal, para Portugal.

Logo a seguir deparamos com 130 milhões, montante com que se poderia comprar um computador a cada aluno do 2º ciclo do ensino básico, e que representa também a dívida total da lista pública de devedores ao fisco.

O gigantismo dos números começa a esmagar-nos quando lemos na imprensa que os créditos recuperados pela Segurança Social em 2006, por acção do Super-Cobrador, atingiram o valor recorde de 200 milhões de euros. 10 túneis (aD, aSF) recuperados num só ano. Quase o Rendimento Social de Inserção para 2007, o que equivale a 13 túneis (aD, aSF), 3 Assembleias da República ou 2 listas de devedores ao fisco. São 260.000.000 euros, o mesmo que o Euro 2004 bebeu nos cofres do estado.

Artigo publicado na Dia D, Público, em 8 de Dezembro de 2006
(lê-lo todo aqui)

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