20 de julho de 2009

Discriminação institucionalizada, não há dúvida, parece-me

"Por razões anatómicas, os homens estão mais expostos a doenças graves que possam ser transmitidas"

, diz o Gabriel Olim, presidente do Instituto Português de Sangue (IPS).

Extraordinário. Como se numa relação hetero as doenças graves não fossem transmitidas, independentemente da anatomia...

São precisas estatísticas para perceber isto?

Para saber que a questão é a frequência de relações, a fidelidade ou a falta dela, o risco ou a falta dele, a responsabilidade na gestão do "coito"?

(coito, sim - como cruamente o chamava Pasolini, a propósito da discussão do aborto nos anos '70 em Itália

- ele, Pasolini, homossexual e contrário à despenalização do aborto, já agora, para que fique clara a complexidade de todas estas questões, não passíveis de uma arrumação em gavetas/grupos estanques/partidos)


O Miguel Vale de Almeida tem razão: "Se o problema é o comportamento de risco, então o problema é o comportamento de risco, ponto. E nesse caso a pergunta a ser feita - a homens e mulheres, hetero e homo - é sobre o número de parceiros sexuais e o grau de protecção usada no sexo."

Como é evidente.

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