20 de outubro de 2009

Crescer por crescer, é a filosofia da célula cancerosa.

Alguns excertos de textos do prof. Dowbor, a quem tive o privilégio de escutar esta tarde:


«As limitações do PIB aparecem facilmente através de exemplos. Um paradoxo levantado por Viveret, por exemplo, é que quando o navio petroleiro Exxon Valdez naufragou nas costas do Alaska, foi necessário contratar inúmeras empresas para limpar as costas, o que elevou fortemente o PIB da região. Como pode a destruição ambiental aumentar o PIB? Simplesmente porque o PIB calcula o volume de atividades econômicas, e não se são úteis ou nocivas. O PIB mede o fluxo dos meios, não o atingimento dos fins. Na metodologia atual, a poluição aparece como sendo ótima para a economia, e o IBAMA (Ministério do Ambiente) vai aparecer como o vilão que a impede de avançar. As pessoas que jogam pneus e fogões velhos no rio Tieté (S. Paulo), obrigando o Estado a contratar empresas para o desassoreamento da calha, contribuem para a produtividade do país. Isto é conta?»


(O debate sobre o PIB: estamos fazendo a conta errada)




«A convergência das tensões geradas para o planeta tornam-se evidentes. Não podemos mais nos congratular com o aumento da pesca quando estamos liquidando a vida nos mares, ou com o aumento da produção agrícola quando estamos liquidando os aquíferos e contaminando as reservas planetárias de água doce. Isto sem falar do aumento de produção de automóveis e da expansão de outras cadeias produtivas geradoras de aquecimento climático. Quando falamos em crise financeira, portanto, entendemos sem dúvida que se trata de um subsistema que se desequilibrou, e que em consequência “estamos em crise”. Mas ao olharmos de forma mais ampla, constatamos que é sobretudo um sistema que quando funcionava, já era inviável. As soluções têm de ser sistêmicas. »


(Crise financeira: riscos e oportunidades)



Nota: no site dele, encontram na íntegra todos os seus artigos e libros, já que ele, em vez do copyright, defende o "copyleft - the right to copy".

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