13 de outubro de 2009

A delegação portuguesa expressou a sua opinião

Em Gdansk, nos Dias Sociais Europeus, a delegação portuguesa foi, para mim, a grande estrela do evento. Eramos um grupo de 10 "jovens" (dos 29 aos 40's e picos) e todos nos surpreendemos ao sentir uma profunda união e imediata empatia entre nós (o que não era de todo evidente, visto que antes não nos conheciamos), e ao rapidamente percebermos que não nos identificavamos - quer na forma quer no conteúdo - com o tipo de conferência em que estavamos a participar.
Que não nos sentiamos parte de uma Igreja auto-defensiva, conservadora e desconfiada em relação às transformações do mundo. Uma Igreja que fala em desafios mas trata os temas de forma nada inovadora.
E que queríamos mudança.



No final do encontro, foi-nos pedido um statement e fizemo-lo, de uma forma tão consensual entre nós como nunca antes me tinha acontecido num grupo católico.

Eis o que nele dissemos:


We believe that the future of the catholic church in Europe depends deeply on young people and on the capacity of dialogue with the world outside the church’s "frontiers", dialogue with non-believers, etc... And catholic young people have a key role in this dialogue!

(...)

The challenges of Europe are great, and Christ's values are essential, maybe more than ever! But the church needs to keep up with the continuous evolution of society in order to being able to communicate those values. It needs to listen and to be open to different points of view, instead of assuming a defensive attitude.



Isto pode parecer óbvio, mas infelizmente... ainda não é.
Foi preciso dizê-lo. E até recebemos aplausos.

Os frutos de Gdansk, para mim, não vieram dos Dias Sociais Europeus em si mas deste grupo, que me deu uma inesperada esperança na capacidade da Igreja (Universal mas também especificamente portuguesa) de se renovar.
Temos projectos para o futuro, procuraremos criar algo de novo e arejado, estamos motivados e motivamo-nos uns aos outros.

E tudo isto aconteceu graças às intenções de um Bispo, que escolheu os elementos da delegação precisamente na esperança de que daí pudesse surgir um novo grupo com vontade de inovar.


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