Recentemente, para minha surpresa, redescobri um certo orgulho na minha Igreja. Olhei-a como a uma pecadora regenerada, alguém que estava perdida e se reencontrou.
Revalorizei a História que lhe trouxe capacidade de reconversão e que a tem tornado mais razoável, mais autocrítica, muito mais capaz de diálogo e desejosa de estabelecer laços com outras formas de fé e de espiritualidade.
Percebi que a vontade de reconciliação ecuménica não me veio de fora, pois foi a minha Igreja que me levou a Taizé.
Apesar do que quer que diga o Vaticano, com que só me identifico a respeito de temas sociais (e é teoricamente...), foi na minha Igreja que encontrei as pessoas que mais me formaram e que me conduziram à tolerância e a uma genuína abertura. Abertura, aliás, que não sei se possuo, mas de que tenho uma enorme vontade.
Foi na minha Igreja que percebi que não há a minha Igreja, que não há uma ortodoxia, que não é relevante para mim o caminho oficial, que qualquer rivalidade a esse nível é ridícula.
Hoje discordo da Igreja em mais aspectos do que aqueles com que concordo. Hoje tenho mais e melhores amigos sem fé, do que crentes. Mas foi a minha Igreja que me conduziu a esta postura, e agradeço-lhe por isso.
Se quiserem, está aqui o meu recente diálogo com evangélicos fervorosos e desejosos de marcar a diferença (e que me assustaram, como o Mel Gibson assusta enquanto neo-convertido fundamentalista...)
23 de fevereiro de 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Estás no bom caminho, JR.
ResponderEliminarDigo-o, sem segundas intenções, que o passo seguinte será abrires-te ao ponto de não te assustares com evangélicos fervorosos e dos Mel Gibsons do fundamentalismo e do defuntamentalismo, e não acometer na miopia intelectual de quem pensa que a tolerância pluralista é a única via. Também de que Cristo tem direito à Sua ortodoxia, única e verdadeira, para nosso consolo e paz. E que serão os homens mais culturalmente fracos e espiritualmente pobres que a defenderão, baseados na sua própria fraqueza e pobreza humana, e na força e riqueza divina de Jesus. Foi Ele que disse: 'Não vim para os justos, mas para os injustos'.
E, por muito que a nossa vida missional entre os pecadores seja imperativa, tenhamos a paciência santa de não nos elogiarmos no aturar dos nossos irmãos, tão fracos, pobres, fundamentalistas, fervorosos quanto nós.
§
SOLI DEO GLORIA