19 de fevereiro de 2010

Já alguma vez pensou em contratar um autista?

Thorkil Sonne mudou a vida de muitos como inovador social, depois de a sua vida ter mudado radicalmente quando foi diagnosticada uma doença mental ao seu filho mais novo. Na Dinamarca, o país de Thorkil, um autista é visto como uma pessoa que, à partida, está excluída do mercado de trabalho.

Em 2004, Thorkil despediu-se do seu emprego numa empresa de telecomunicações e fundou a sua própria empresa, a Specialisterne, que utiliza as características do autismo de uma forma positiva para oferecer serviços de consultadoria de Tecnologias de Inovação (TI). “Os autistas têm uma memória prodigiosa e uma forte predisposição para repararem nos detalhes. São persistentes e bons a seguirem rotinas”. Thorkil Sonne trabalha em Tecnologias de Inovação e sabe como estas capacidades são importantes na sua actividade.

As empresas que contratam autistas têm de se habituar a uma relação laboral diferente da que estão habituados, mas a razão pela qual contratam pessoas com autismo é simples: cometem muito menos erros e são muito melhores naquilo que fazem. Um cliente que contratou os serviços da Specialisterne confirmou que os autistas eram 5 a 10 vezes mais rigorosos que os outros trabalhadores.

A Specialisterne mistura idealismo com negócio porque acredita que ambos os elementos são igualmente importantes para garantir a sustentabilidade do projecto. A Specialisterne desenvolveu-se sem financiamentos externos, com o apoio da família de Thorkil e a hipoteca da sua casa, por acreditar que a sua ideia era tão forte que conseguiria impor-se no mercado, desde o seu início.

O logótipo da Specialisterne é a 'Taraxacum officinale', ou dente-de-leão, e há duas interpretações sobre esta planta:

Segundo alguns, é uma praga que infesta os campos devido às suas longas raízes e ao processo de polinização. Já outros valorizam as suas qualidades terapêuticas e alimentícias.

A maioria das pessoas vê os autistas como pessoas sem capacidades laborais e sem hipóteses de desenvolvimento. O contraditório é feito por aqueles que consideram que os autistas têm capacidades específicas que podem ser utilizadas para satisfazer necessidades das empresas.

“Não oferecemos mão-de-obra barata e isto não é terapia ocupacional”, diz Thorkil Sonne. “Simplesmente fazemos um trabalho melhor”.


Eis o site da empresa: aqui.


E o think tank (que aproveito para divulgar) onde soube desta experiência: contraditório.

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