15 de abril de 2010

MATT E JESSICA FLANNERY: EMPRÉSTIMOS QUE MUDAM VIDAS

Kiva quer dizer, em swahili, "união".

O Kiva representa a democratização da micro-finança. Matt e Jessica Flannery, criaram o Kiva em 2005 após uma viagem pelo continente africano. O casal ficou perplexo com as coisas fantásticas o que os empreendedores africanos que faziam com as suas famílias e com tão pouco dinheiro e isso suscitou-lhes uma ambição: como podemos nós participar desta transformação social? O Kiva foi a primeira plataforma online de micro-empréstimos, permitindo ao grande público financiar empreendedores em mais de 42 países em desenvolvimento. Ao longo do tempo, os empreendedores pagam seus empréstimos e o investidor têm a opção de recuperar sem juros seu investimento ou financiar um novo projecto. O site tem mais de 270.000 de pessoas que emprestam que, em geral, fazem empréstimos através do cartão de crédito, em montantes de 25 dólares por vez. Os empréstimos já ajudaram 40.000 micro-empresários em mais 40 países, num total de 27 milhões de dólares em financiamentos.

Ler o artigo completo sobre Kiva.org

2 comentários:

  1. Há poucos meses eu era super-fã do Kiva e apoiei 10 grupos de empreendedores à volta do mundo.

    Com um certo grau de ingenuidade (vergonhosa para um consultor de negócios com um MBA :) ), pensava que estava a emprestar dinheiro sem juros, e que os empreendedores recebiam empréstimos sem juros. Essa informação parece-me a mim muito pouco visível no site do kiva.org (só soube quando fiz um google do tipo "kiva criticism"), mas o facto é que os empreendedores financiados pagam juros. E bem altos, na ordem dos 30-50% tipicamente. Entendo que os juros são necessários (e até consigo entender que mesmo juros tão altos sejam justificados) para as empresas/organizações de microcrédito financiarem a sua actividade. Mas não pude deixar de me sentir enganado por não ter aparecido à minha frente, em letras garrafais, a informação de quais os juros que os 10 grupos de empreendedores que decidi apoiar iriam pagar à organização local de microcrédito.

    Por me ter sentido enganado, decidi deixar, pelo menos até repensar o assunto, de apoiar através do kiva. Acho que a organização é excelente, que a ideia é fantástica e muito bem implementada... mas não posso deixar de achar que existe uma certa dose de ganância, desonestidade, mesmo que de certa forma bem-intencionada (para mais facilmente angariar fundos para os empreendedores em países em desenvolvimento à volta do mundo) com a qual não consigo concordar. E o interessante é que esta informação é tão pouco visível que quase nunca é comentada em artigos, reportagens etc. (dei uma olhada rápida no link e acho que não é referido nada neste artigo) O que também leva a pensar sobre a profundidade da investigação jornalística...

    Assunto para uma bulicena um dia!

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  2. Que pena saber isso. Mas realmente, cada vez mais descubro que é uma ingenuidade da nossa parte achar que o mundo do associativismo, 3º sector, ou como lhe quisermos chamar, é livre da ganância, da dissimulação, dos jogos de poder, das ilusões da publicidade. Infelizmente, no nosso mundo, feito de pessoas humanas e falíveis como todos nós somos, não há uma alternativa real a todas estas tentações.
    E ao menos o mundo empresarial e capitalista admite que joga segundo a lei da selva. Fico mais triste quando é o mundo supostamente alternativo, que se propõe como puro, equo, etc, que acaba por cair nas mesmas fraudes.
    Mas enfim, é a realidade que temos.
    Tal como a Igreja, é a Igreja que temos.

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