4 de abril de 2009

Às vezes até quero chegar mais rápido aos trinta para parar de viver neste luto prolongado da minha juventude. O que é que devo fazer mais para deixar de me sentir estrangeira nesta fase da vida? A nostalgia dos anos em que havia tantas mais promessas, dos tempos em que a minha felicidade era óbvia e leve.

Estou farta de não assumir o presente, mas não consigo evitar. Talvez com os trinta o chamarem-me "senhora" nos cafés deixe de soar a falso e as recordações parem de me deixar triste, de tão claramente ultrapassadas que serão.

É como se pairasse num tempo que não me serve, que me é estreito, forçado, alheio. E todos os outros parecem viver isto com tamanha naturalidade!.... Talvez já soubessem à partida que a vida nos passaria fina pelos dedos, talvez o soubessem por dentro, mas eu não.



Para a semana vou caminhar rumo a Santiago. E cada passo terá a intenção de um ciclo, para que se assuma num rito de passagem o quão passado é o que passou. Quero que cada jornada de caminho seja o fechar ritual de uma etapa plenamente atravessada.

Deus queira.

2 comentários:

  1. rita Amor de Deus04 abril, 2009

    Pés a fundo nessa Estrada querida Joana. Vais ser uma milionária espiritual. Santa Páscoa. Ora pro nobis. Beijitos

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  2. Há coisas que passam naturalmente, outras que passam... "convencionalmente". Desejo que passes aquilo que tens de passar, mas que não passes o que não for para passar... Há uma certa dose de cinismo tipicamente associada ao estatuto de "adulto" que suspeito e desejo que tenhas sérias dificuldades em adoptar!

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