23 de abril de 2009

Da Filantropia Caridosa ao Investimento Social Estratégico

Publico aqui um pequeno artigo de Celso Grecco (criador da primeira Bolsa de Valores Sociais do mundo e consultor para o Charity Bank de Inglaterra), publicado no suplemento "Mais Responsável" do jornal económico "low cost" Oje (distribuído gratuitamente - ou quase - nas empresas), suplemento este que foi uma agradável surpresa para mim e que foi também a fonte do meu último post. Este artigo não diz nada que não saibamos já, mas sabe bem ler isto num jornal estritamente económico, e lê-lo na mesma página onde também estava o artigo que falava da denúncia dos fundos de investimento que contribuem para o genocídio no Darfur reportado neste post), ou um outro (que se encontra aqui) que apela à renovação do sector financeiro no sentido da sustentabilidade, afirmando que "o sector financeiro é o responsável pelo retrato actual do planeta ao nível ambiental e social".



Em 2006, Muhammad Yunus, o "banqueiro dos pobres", recebeu o Prémio Nobel da Paz. O criador do microcrédito, um sistema financeiro social inovador, fundador de uma holding social e que hoje congrega uma série de empresas na área das telecom, tecnologia, serviços e alimentação, não recebeu o Prémio Nobel da Economia, como talvez fizesse sentido à primeira vista, mas o Prémio Nobel da Paz.

Este episódio é emblemático por demonstrar que no Bangladesh, uma das regiões mais populosas e miseráveis do mundo, as soluções efectivas para o combate à pobreza não vêm da filantropia nem da caridade. Vêm do conceito de empreendedorismo social, com business plans, metodologias, estudos de mercado e técnicas de marketing - mas com missões exclusivamente sociais. O prémio atribuído a Muhammad Yunus é a demonstração inequívoca de que não será possível haver paz enquanto houver pobreza. (...)

Nas suas palavras, "um empreendedor social não se contenta em dar o peixe, tampouco em ensinar a pescar. Um empreendedor social não sossega enquanto não mudar a lógica da indústria da pesca".
Embora não seja negada à filantropia o seu valor junto à sociedade e às organizações humanitárias que dela dependem, há um consenso de que sozinha, ela nada resolve. [Neste sentido, têm vindo a surgir] uma série de iniciativas apresentaram soluções inovadoras, como a criação de uma Bolsa de Valores Sociais em 2003, ou mesmo a fundação do Charity Bank, primeiro banco sem fins lucrativos na Inglaterra.


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