Segundo parece «em Mirandela não se fala noutra coisa», dizem as televisões do escândalo, salivando de gula. Pudera!
É a história da professora do 1.º Ciclo, ou seja, de crianças, que posou nua para a Playboy, pelo que foi suspensa das suas funções. Não tardou que se organizasse uma multidão de defensores, via Net, clamando contra a “perseguição”, a “repressão” e a mentalidade retrógrada dos provincianos, etc. e tal.
Já, porém, se disse e escreveu que não poderia ser outra a atitude de qualquer responsável educativo, fosse de uma escola, em Mirandela, ou do Colégio Moderno, em Lisboa. E fosse em Portugal ou no estrangeiro. E porquê? Porque não podia ser.
Saberão estes cavaleiros do direito individual por cima de toda a folha o que é a educação? É certo que há um processo poderosíssimo de sexualização (e até de pornocratização) da sociedade levado a efeito por dois princípios. Um, libertador, dos “preconceitos”, outro comercializador, seja do que for. (...)
É a história da professora do 1.º Ciclo, ou seja, de crianças, que posou nua para a Playboy, pelo que foi suspensa das suas funções. Não tardou que se organizasse uma multidão de defensores, via Net, clamando contra a “perseguição”, a “repressão” e a mentalidade retrógrada dos provincianos, etc. e tal.
Já, porém, se disse e escreveu que não poderia ser outra a atitude de qualquer responsável educativo, fosse de uma escola, em Mirandela, ou do Colégio Moderno, em Lisboa. E fosse em Portugal ou no estrangeiro. E porquê? Porque não podia ser.
Saberão estes cavaleiros do direito individual por cima de toda a folha o que é a educação? É certo que há um processo poderosíssimo de sexualização (e até de pornocratização) da sociedade levado a efeito por dois princípios. Um, libertador, dos “preconceitos”, outro comercializador, seja do que for. (...)
Uma professora que vende a sua nudez – para uma revista que é ponta de icebergue de um submundo onde ninguém inteligente e sensível acha que as crianças devam ser integradas – pôs-se a jeito. Ou seja, uma professora que não tem consciência da dimensão sociocultural da educação, do lugar onde está, do que a sociedade lhe pede e da contradição em que cai, não deve ser professora. Demonstrou ipso factu que não está preparada, que lhe falta tanto ou mais que a indispensável competência científica e cultural. Como se quisesse ensinar música sem saber o que é uma pauta.
É claro que a sociedade dá sinais contraditórios e a “inocente” Bruna devia andar confusa entre a promoção de uma sexualização, que “liberta” e facilita, segundo dizem, a entrada no estrelato, e os sentimentos e ideias que a envolvem, e que vigoram na sociedade. Uma sociedade que quer a “libertação sexual”, que interesses económicos promovem de todas as formas, por um lado, mas que, por outro, continua a viver do que pensam e sentem as pessoas comuns.
(...) É também revelador que o protagonista profissional Mário Nogueira venha defender a Bruna e falar sindicalmente de atentado aos seus direitos e liberdades. Será que não percebe que a questão não é sindical?
João Boavida , via De rerum natura
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