12 de maio de 2010

Um encontro centrado no diálogo e na beleza

Tive o privilégio de estar presente hoje no encontro do Papa no CCB, com representantes do mundo da cultura. Foi um momento bonito de diálogo, e devo dizer que estou a gostar da humildade do Papa nesta visita, em que se coloca numa posição de abertura, numa atitude mais acolhedora da diversidade que enriquece o mundo actual e mais capaz de assumir as culpas da Igreja (nomadamente quanto ao escândalo recente da pedofilia), sem cair na armadilha do auto-vitimismo. (aliás, aconselho o recente artigo do António Marujo sobre isto)

"Há toda uma aprendizagem a fazer quanto à forma de a Igreja estar no mundo (...) A convivência da Igreja, na sua adesão firme ao carácter perene da verdade, com o respeito por outras «verdades» ou com a verdade dos outros é uma aprendizagem que a própria Igreja está a fazer. Nesse respeito dialogante, podem abrir-se novas portas para a comunicação da verdade. (...) De facto, o diálogo sem ambiguidades e respeitoso das partes nele envolvidas é hoje uma prioridade no mundo, à qual a Igreja não se subtrai.
(...) A Igreja sente como sua missão prioritária, na cultura actual, manter desperta a busca da verdade e, consequentemente, de Deus; levar as pessoas a olharem para além das coisas penúltimas e porem-se à procura das últimas. Convido-vos a aprofundar o conhecimento de Deus tal como Ele Se revelou em Jesus Cristo para a nossa total realização. Fazei coisas belas, mas sobretudo tornai as vossas vidas lugares de beleza."

Aqui estão comentários de alguns dos presentes.

3 comentários:

  1. No fundo são meras palavras de um velhote poderoso, mas a realidade para além das palavras está aí. IRS up, IVA up, fff. Os Estados estão em falência: xeque ao Rei - para quando a estocada final?

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  2. Ah. E o Papa não é poderoso ao ponto de me obrigar a não trabalhar hoje. Ou... alguém tem de assegurar a realidade enquanto outros fingem que esta não existe?

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  3. Confesso que não tinha grandes expectativas para a visita do Papa: no cenário em que nos visitou, estava à espera que não fosse muito mais que uma tentativa de lhe dar um "banho de multidão" para provar que somos muitos e que conseguimos muito bem fazer ouvidos de mercador às coisas gravíssimas que estavam a vir a lume.

    Fiquei francamente espantada e feliz quase de uma maneira pateta à medida que se foram acumulando os seus discursos, a clareza, humildade e abertura que transmitiam.

    Agora é como dizia o António Marujo, "o que fica da viagem está [mesmo!] nas mãos dos crentes": foram palavras para apaziguar a opinião pública e mostrar que afinal conseguimos ser "fixes", ou as palavras do Papa vão mesmo ter eco nos crentes, vão ser discutidas nos grupos de jovens, vão ser feitas paradigma, e não vão ser ignoradas pelos grupos conservadores que arrasam qualquer discurso acerca da tolerância e do diálogo com o mundo secular como meros bitaites de católicos frouxos a tentar ser politicamente correctos?

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