2 de julho de 2008

“Filhos da Amazónia – Diário de um jornalista na terra dos índios”

Lançamento do livro em Leiria, 4 de Julho, às 21,30 no Centro Associativo


Sinopse: Um jornalista português autorizado a viver com as tribos indígenas do Norte do Brasil revela o seu diário neste livro. Os sentimentos, as sensações, os imprevistos e as dificuldades de uma viagem ao lugar onde o conceito de tempo, tal como o conhecemos, não existe. Através de uma escrita simples, despida de objectivos literários, Francisco Pedro desafia o leitor a conhecer uma outra realidade: a realidade indígena. O relato entra nas profundezas da Amazónia, para um contacto com os Yanomami, uma das etnias mais emblemáticas da América do Sul. E faz uma incursão pela área da Raposa Serra do Sol, onde há anos se vive um conflito, com vítimas mortais, por causa da demarcação da terra.


Excertos: "Os jovens e adolescentes dão voltas ao carro, curiosos. Parecem felinos. Os homens estão nus, com o pénis atado à cintura com um cordel. Os que ousam chegar mais perto da viatura movem-se com ligeireza. Assemelham-se a um predador a estudar a presa. Qualquer movimento mais brusco é suficiente para os afastar"
"Exceptuando as crianças, são poucos os que ousam estabelecer contacto comigo. A vida continua e eu sou apenas mais um elemento no interior da maloca. Um verdadeiro estranho, sem mulher, sem fogueira, sem um arco para caçar".
"A cinza resultante desta 'cremação' é recolhida pelos parentes e colocada em pequenas cabaças, que são rolhadas e seladas com mel de abelha. Na festa será misturada com papa de banana e consumida pelos convidados, que assim julgam absorver os dons e a força do morto"
"Os adultos reúnem-se ao centro da maloca e recebem do tuxaua a sua dose de yakoana, um pó alucinogénio extraído das plantas, de cor esverdeada. Através de uma cana, com cerca de um metro de comprimento, o pó é soprado para as narinas do voluntário. Os sinais de libertação espiritual demoram pouco a manifestar-se"


O autor: Francisco Pedro nasceu no ano de 1964, em Pousos, Leiria. É jornalista há 15 anos. O interesse pela cultura indígena levou-o a visitar a comunidade Yanomami, nas profundezas da Amazónia brasileira. E a partilhar os problemas das tribos Macuxi e Wapichana, junto às fronteiras com a Venezuela e a Guiana. Na Colômbia, ignorou os perigos do conflito armado e subiu à Cordilheira Central Andina para contactar directamente com a luta dos povos Nasa e Guambiano. Em território marroquino, deambulou pelas áridas montanhas do Atlas para registar uma das principais tradições berberes: o festival das noivas. Destas aventuras resultaram várias reportagens que publicou em revistas e jornais de expansão nacional e internacional.

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