1) No voz do deserto do Tiago Cavaco, aliás Guillul:
«Não foi por isto que os Capitães lutaram
(...) Umas centenas de miúdos bem nascidos ansiosos para fazer daquele 1 de Maio o seu 25 de Abril. No que diz respeito à luta de classes Marx não se enganou. Existe. E eu vi-a, irremediavelmente favorecendo os verdugos do proletariado, em compasso quaternário com estes olhos que a terra há-de comer."
2) http://lishbuna.blogspot.com/2009/06/rich-kids-wanna-have-fun-os-golpes-cruz.html
"o álbum de Os Golpes é bom mas – e isso importa e está na cara – totalmente derivativo do nacionalismo dos Heróis do Mar e pós-punk coevo."
3) http://minoria-ruidosa.blogspot.com/2009/05/ainda-nao-me-esqueci-do-concerto-dos.html
"Na plateia estava a fina-flor da juventude lisboeta, cuja fisionomia denunciava um pedigree de gerações, suspeita confirmada pelo beijo único que constituíu o mais vulgar cumprimento da noite."
Nessa mesma página, há ainda o comentário de um anónimo que exprime coisas que hoje me acusaram de querer exprimir (a saber, ressentimentos políticos):
"levar ao colo um bando de fascistas que usa a música para tentar levantar uma certa ideia de portugal que morreu há uns anos atrás, é incompreensível".
4) e por último, coincidência das coincidências, logo hoje que estivemos a falar disto, um dos blogues que eu leio diariamente fala deste tema:
http://complexidadeecontradicao.blogspot.com/ (post de 16 de Junho)
cara professora, antes de mais queria deixar claro que o que mais me interessa n'os golpes é a música que eles fazem, até porque, como a professora diz "O rock é entertaining, é criativo, dá para dançar, o que é óptimo, dá garra e pica" é isso que eu gosto nele.
ResponderEliminarquanto à parte da´influência dos Heróis do Mar é uma coisa assumida, basta visitar o myspace e não acho que isso lhes dê ou retire valor.
"Na plateia estava a fina-flor da juventude lisboeta, cuja fisionomia denunciava um pedigree de gerações, suspeita confirmada pelo beijo único que constituíu o mais vulgar cumprimento da noite."
não consigo compreender esta crítica. certamente que os golpes não fazem as músicas para agradar a este público, fazem-na para se agradar a si mesmos,o facto de cada vez mais miúdos como eu a ouvirem deve-se ao aproveitamento das radio e das televisões do sucesso dos pontos negros,que passaram a dar maior importância a todas as bandas novas da florcaveira e amorfúria, e só acho louvável que se divulgue a boa música portuguesa.
finalmente, nunca disse que as criticas aos golpes da professora se deviam a ressentimentos políticos. o que eu queria dizer é que muitas pessoas (se a inclui injustamente nesse grupo peço obviamente desculpa) criticam os golpes não pela música mas por temerem a ameaça de uma nova direita extremista e absurda e nos "golpe a golpe construimos portugal" e nos "gerados por uma pátria ausente" onde eu só vejo a urgência do rock e a força das guitarras.
bjs e espero que voltemos a debater este ou outro qq assunto.boas férias .(desculpe se parece provocação mas hoje entrei de férias não resisti)
A "provocação" não é o comentário em si (que eu obviamente queria que postasses), mas o "boas férias", não é?....
ResponderEliminar.... pois.....
.... piadinha.....
Ah, assim fica tudo resolvido e as coisas andam para a frente, fosse assim mais vezes! Acho que isto tudo foi um pretexto para ficar naquele banquinho agradavel a conversa e nao ir estudar/corrigir testes.. boa sorte a corrigir mil e quinhentos testes professora, a tratar de burocracias e papelada, que a mim ja nao me apanham por aqui!
ResponderEliminarbjn
Acho muito engraçada a tinta que dedica a maldizer e a plantar sementes maldosas sobre uma coisa que considera pouco importante e que é apenas "entertaining". A banda oferece canções e as pessoas são convidadas a ouvi-las. Se gostam, óptimo, mas se não gostam, também. Uma coisa é dizer que a banda não lhe toca, que as canções não lhe tocam. Outra é fazer o que fez. Penso é que é de muito mau tom atacar assim a banda, deitá-la abaixo e chamar publicamente de tanga a uma coisa que é importante para outros e em que eles acreditam. Se daquilo que eles fazem pudessem nascer coisas más, aí sim, faria sentido critcá-los como quem critica a demagogia de um político, por exemplo. Agora, se o rock é para dançar e entreter, de que lhe serve mandar abaixo o entusiasmo desta malta toda que se junta para tocar e se alegrar? O que ganha com isso? Entristece-me este tipo de opiniões que me soam a inveja ou a mania. Acho incrível o que diz sobre uma banda que oferece aquilo que tem para oferecer e achava curioso que alguém escrevesse num blog sobre si e sobre o trabalho que faz dessa forma destruidora.
ResponderEliminarclap clap clap
ResponderEliminarCaro(s) anónimo(s)
ResponderEliminarHá pertinência no que diz, sobretudo na primeira parte do seu comentário. Na verdade, eu própria já me perguntei o porquê de perder tempo a escrever sobre isto. Garanto-lhe que não é por inveja. Mania? Talvez. Mas há menos intencionalidade e mais casualidade nisto do que julga. De facto, faria mais sentido que me criticasse a propósito do primeiro post em que falei dos golpes (pois nesse, sim, eu tomei a iniciativa de falar sobre eles e dizer o que penso, sobretudo com base no artigo do ípsilon), do que neste, em que, a propósito de uma discussão informal entre amigos, me limitei a citar algumas das coisas que foram ditas na blogosfera sobre eles.
Agora quanto ao resto, tenho três coisas a contestar na sua censura:
1º) a blogosfera é assim, cada um fala do que quer. São os méritos e os males da radical democratização que a sociedade de informação nos permite. Também eu não gosto de imensas coisas que por aí se dizem e se escrevem, mas é o preço a pagar pela estrutura "participativa" da internet, que também me enriquece com tantas outras opiniões de que gosto e com o conhecimento que encontro à disposição e que milhões de pessoas que não conheço decidem livremente partilhar comigo. Portanto, considero que quando alguém se expõe, sujeita-se à opinião pública - que com a internet tem mais voz do que tinha antes. Quando eu falo em público e faço "o trabalho que faço", consigo chegar a muita gente e transmitir muitas coisas que para mim são importantes, que acredito que vale a pena transmitir, sujeitando-me simultaneamente à crítica de quem me vê ou ouve. É um risco que corro, tal como os Golpes. Ao tornarem públicas as suas ideias, a sua música, aquilo em que acreditam, chegam ao público, para o bem e para o mal. Criam legiões de fans e alguns críticos. Eu insiro-me neste último grupo e não me parece "de mau tom" dizer o que penso sobre eles, nem que fosse só por razões estéticas (o que não é o caso).
2º) Acho no mínimo excessivo dizer que os estou "mandar abaixo" de uma "forma destruidora". A minha crítica não é assim tão catastrófica, nem incide sobre tudo o que os golpes são. Há aspectos musicais/técnicos de que eu aqui não falei por exemplo. Porque nesse âmbito me reduzo à minha insignificância e, sendo a qualidade musical uma questão mais inócua e, no fundo, uma questão de gosto, me pareceria estar a "bater no ceguinho" num aspecto que é muito mais opinável. Pelo contrário, os aspectos que eu critico são questões que me parecem importantes e que, do meu ponto de vista (a que eu tenho direito), merecem ser ditas.
3º) Por último, não acha que está a dar demasiada importância àquilo que eu escrevo? Ainda por cima neste último post, em que, repito, me limitei a citar outros blogs. O "oquesubjaz" tem duas dezenas de leitores diários, é uma caganita de cabra na blogosfera. Há infinitamente mais gente a falar bem dos golpes e a ir aos concertos deles. Eu não ando a escrever mal dos golpes em revistas! Se o fizesse, concordo consigo que seria despropositado gastar tinta a criticar pessoas que se juntam "para tocar e se alegrar" quando há tantas coisas tão mais criticáveis e dignas de serem denunciadas por aí. Agora, gozar com algo que me parece - como já aqui disse - ridículo, num blog que é meu e que tem uma dimensão caseira (por mais que esteja aberto ao mundo, claro), parece-me legítimo.
Para além de que estou aberta a críticas como a sua e as aceito. Portanto as coisas até se podem equilibrar, se for o caso disso.
Boa noite,
ResponderEliminaro meu comentário era, obviamente, aos dois posts enquanto conjunto, porque apenas os li agora. a blogosfera não é assim, nenhum sítio é assim. não há nenhum sítio que seja assim. ninguém, se for pelo bem, pode "dizer aquilo que quiser" (como dizer aquilo que lhe der na real bolha) em sítio nenhum. não porque haja uma força exterior que o cale, mas porque as potenciais consequências daquilo que dizemos devem ser os nossos próprios limites. eu senti-me ofendido com o que disse nos seus dois posts, e é por isso que manifesto a minha posição. Como disse a Joana, a banda, ao expor-se, sujeita-se à opinião do público, mas se o que escreveu era uma opinião sobre a banda e as canções, vou ali e já venho. De qualquer modo, se exprimir esta ideia é importante para si, quem sou eu para a julgar? Mas não me parece que o seja, pela trivialidade que atribui às canções e à banda. Se a sua crítica não incide naquilo que os golpes são, porque escreve? em que é que ela incide? É que aquilo que damos e a forma como o damos estão muito ligados àquilo que somos. Quanto à importância que atribuo ao que escreve, não a considero exagerada. Em termos de efeitos dos seus textos, acredito que sejam quase nulos, mas há um princípio que me parece errado e, digo mesmo, maldoso em ambos os posts e ao qual não sinto que possa ficar indiferente. E isso não é diferente num blog ou numa revista. Não vejo uma justificação verdadeira e de bem para ter escrito estes textos. Pode pensar que a invocação da casualidade a safa da maldade (apesar de eu não ver essa ausência de intencionalidade), mas não a safa certamente da inconsequência.
Pronto, parece-me então que já não há nada a fazer...
ResponderEliminarEu continuo a pensar que a sua ofensa é um exagero e que os meus comentários não são maldosos nem me parece razoável considerá-los tal.
Mas, como é evidente, lamento na mesma se feri susceptibilidades.
Obrigada por ter querido escrever e expor o seu ponto de vista.